Notícia
"Transparência e cooperação são palavras chave"
Perguntas a Nathalie Ballan "partner" da Sair da Casca
31 de Outubro de 2012 às 16:00
Nathalie Ballan "partner" da Sair da Casca
Quais são as grandes tendências das empresas?
No caso das grandes empresas (as que conhecemos bem), a tendência é um enfoque nos aspectos que mais se relacionam com a estratégia e contexto de cada uma. O que leva a uma integração da sustentabilidade na gestão, que pode ser vista como um fim ou como uma ferramenta.
Que dificuldades enfrentam e como devem ultrapassá-las?
As de sempre, mas que se vão agravando com a crise: conciliar o curto e o médio ou longo prazo, gerir conflitos de interesse e dilemas, tomar decisões e, sobretudo, arriscar, mantendo a consistência. Mas duvido que alguém tenha uma resposta à pergunta "como devem ultrapassá-las?". No caso das empresas que a Sair da Casca acompanha, procuramos identificar as duas, três áreas prioritárias de actuação e concentrar todo o trabalho no que terá um impacto positivo mais significativo para a empresa e para a sociedade.
De que forma a responsabilidade social e a sustentabilidade podem contribuir para a melhoria e aumento da produtividade?
A estratégia de sustentabilidade e as práticas que visam uma melhor utilização dos recursos naturais ou do capital humano levam sempre a uma melhoria concreta: mais eficiência, poupanças nos custos operacionais, mais capacitação dos colaboradores, retenção de talentos, entre outros. Os colaboradores, quando envolvidos em acções de apoio à comunidade, e quando são bem informados, têm um maior orgulho e sentimento de pertença.
A crise está a mudar a forma como a empresas actuam?
Sim. Por um lado, concentram-se mais na sua responsabilidade social interna e, por outro, assistimos a uma evolução de posicionamento, ou seja, estão a transitar de uma atitude de "caridade" para uma postura menos paternalista e mais em linha com a sua vocação: criar riqueza económica e social. As empresas sempre tiveram um papel social activo, quer na protecção dos seus colaboradores, quer nas acções de filantropia. Hoje, face à dimensão dos problemas, as respostas tradicionais (Estado e terceiro sector) não são suficientes e as empresas são cada vez mais solicitadas para a urgência de maximizar os impactos sociais, pela optimização dos seus orçamentos. A convicção de que o sector económico não pode ter sucesso em sociedades que falham é o pressuposto de base para a redefinição do papel social das empresas. Mais importante, a relação entre as empresas e a sociedade modificou-se. Estas tornaram-se parceiros indispensáveis do desenvolvimento.
O que devem evitar?
A dispersão e o investimento em acções que são mais do âmbito das relações públicas do que de uma actuação séria. Recomendamos o envolvimento com as partes interessadas: colaboradores, fornecedores e comunidades, na perspectiva de privilegiar a co-criação. É importante que a sociedade compreenda o contributo das empresas para o país. É cada vez mais relevante os cidadãos percebam qual é o sentido das práticas empresariais. Transparência e cooperação são palavras-chave.
Em que aspectos se devem focar?
A filantropia empresarial, baseada no donativo (que continua a existir nas situações em que a assistência é a única via) deve evoluir para uma estratégia de investimento social, integrada na estratégia de sustentabilidade da empresa. O objectivo é que garanta a durabilidade dos projectos e uma relação entre as partes, considerando as populações mais pobres como clientes, consumidores, parceiros etc. A obrigação de rentabilidade, mesmo a longo prazo, permite sair da esfera da filantropia, que tem orçamentos limitados, e entrar numa lógica de auto-financiamento e crescimento. O "negócio inclusivo" tem em geral dois tipos de modelos: a empresa desenvolve produtos ou serviços dirigidos às populações pobres, com características específicas e preços acessíveis ou integra as populações na sua cadeia de valor. As políticas de responsabilidade social têm impactos positivos: criam novas fontes de receitas, asseguram a licença para operar, são um factor de inovação nos produtos e canais de distribuição, reforçam a coesão social interna e externa e contribuem para melhorar a imagem.
Quais são as grandes tendências das empresas?
No caso das grandes empresas (as que conhecemos bem), a tendência é um enfoque nos aspectos que mais se relacionam com a estratégia e contexto de cada uma. O que leva a uma integração da sustentabilidade na gestão, que pode ser vista como um fim ou como uma ferramenta.
As de sempre, mas que se vão agravando com a crise: conciliar o curto e o médio ou longo prazo, gerir conflitos de interesse e dilemas, tomar decisões e, sobretudo, arriscar, mantendo a consistência. Mas duvido que alguém tenha uma resposta à pergunta "como devem ultrapassá-las?". No caso das empresas que a Sair da Casca acompanha, procuramos identificar as duas, três áreas prioritárias de actuação e concentrar todo o trabalho no que terá um impacto positivo mais significativo para a empresa e para a sociedade.
De que forma a responsabilidade social e a sustentabilidade podem contribuir para a melhoria e aumento da produtividade?
A estratégia de sustentabilidade e as práticas que visam uma melhor utilização dos recursos naturais ou do capital humano levam sempre a uma melhoria concreta: mais eficiência, poupanças nos custos operacionais, mais capacitação dos colaboradores, retenção de talentos, entre outros. Os colaboradores, quando envolvidos em acções de apoio à comunidade, e quando são bem informados, têm um maior orgulho e sentimento de pertença.
A crise está a mudar a forma como a empresas actuam?
Sim. Por um lado, concentram-se mais na sua responsabilidade social interna e, por outro, assistimos a uma evolução de posicionamento, ou seja, estão a transitar de uma atitude de "caridade" para uma postura menos paternalista e mais em linha com a sua vocação: criar riqueza económica e social. As empresas sempre tiveram um papel social activo, quer na protecção dos seus colaboradores, quer nas acções de filantropia. Hoje, face à dimensão dos problemas, as respostas tradicionais (Estado e terceiro sector) não são suficientes e as empresas são cada vez mais solicitadas para a urgência de maximizar os impactos sociais, pela optimização dos seus orçamentos. A convicção de que o sector económico não pode ter sucesso em sociedades que falham é o pressuposto de base para a redefinição do papel social das empresas. Mais importante, a relação entre as empresas e a sociedade modificou-se. Estas tornaram-se parceiros indispensáveis do desenvolvimento.
O que devem evitar?
A dispersão e o investimento em acções que são mais do âmbito das relações públicas do que de uma actuação séria. Recomendamos o envolvimento com as partes interessadas: colaboradores, fornecedores e comunidades, na perspectiva de privilegiar a co-criação. É importante que a sociedade compreenda o contributo das empresas para o país. É cada vez mais relevante os cidadãos percebam qual é o sentido das práticas empresariais. Transparência e cooperação são palavras-chave.
Em que aspectos se devem focar?
A filantropia empresarial, baseada no donativo (que continua a existir nas situações em que a assistência é a única via) deve evoluir para uma estratégia de investimento social, integrada na estratégia de sustentabilidade da empresa. O objectivo é que garanta a durabilidade dos projectos e uma relação entre as partes, considerando as populações mais pobres como clientes, consumidores, parceiros etc. A obrigação de rentabilidade, mesmo a longo prazo, permite sair da esfera da filantropia, que tem orçamentos limitados, e entrar numa lógica de auto-financiamento e crescimento. O "negócio inclusivo" tem em geral dois tipos de modelos: a empresa desenvolve produtos ou serviços dirigidos às populações pobres, com características específicas e preços acessíveis ou integra as populações na sua cadeia de valor. As políticas de responsabilidade social têm impactos positivos: criam novas fontes de receitas, asseguram a licença para operar, são um factor de inovação nos produtos e canais de distribuição, reforçam a coesão social interna e externa e contribuem para melhorar a imagem.