O coautor do livro AI_Novator Pedro Dionísío afirmou à Lusa que é preciso que o marketing "tire partido" da inteligência artificial (IA) e que as PME exportadoras beneficiam da ferramenta se a usarem bem.

"É necessário que o marketing tire partido" da IA, "numa perspectiva prática e, sobretudo, aquilo que pretendemos é um livro voltado para ajudar os gestores, de forma geral, e os gestores da parte de marketing e comerciais, para poderem dialogar porque muitas vezes sentimos, sobretudo nas PME, que as pessoas estão um bocado isoladas, não têm grandes equipas", contextualizou o professor catedrático.

Por isso, aquilo "que pretendemos com o AI_Novator é que seja uma ferramenta de diálogo em que por exemplo, um gestor possa fazer um plano de marketing, possa preparar uma negociação, possa fazer um estudo, dialogando com a ferramenta", apontou Pedro Dionísío, que referiu que a IA bem usada ajuda "qualquer PME exportadora a fazer análises de mercado" em várias vertentes.

No livro "fazemos exercícios de aplicação práticos em todos os temas, desde a parte do diagnóstico do mercado, o comportamento do consumidor, os estudos, da segmentação, do posicionamento, do lançamento dos produtos, da comparação de preços em termos de concorrência, de preparação de uma negociação comercial, desde uma campanha de comunicação, desde a internacionalização até, por exemplo, agarrando imagens e passando para outros países, para outras línguas, para outros contextos", elenca o coautor da obra.

Com esta informação, "o gestor de uma PME passa a ter um quadro qualificado com quem dialogar e com quem possa interagir e possa evoluir numa perspetiva prática", sublinhou, ressalvando que é preciso saber usar "bem" a ferramenta para se poder obter respostas com maior fiabilidade.

O AI_Novator "aborda sobretudo dois grandes temas: a inteligência artificial e o ESG [Environmental, Social and Governance], sobretudo a perspetiva da sustentabilidade", duas vertentes com as quais as empresas têm de se preocupar, referiu o professor catedrático.

"Os temas do ESG também estão neste momento muito presentes porque mudou a legislação e desde este ano as empresas maiores têm que fazer relatórios sobre isso e têm que, nomeadamente, questionar os seus fornecedores sobre as suas práticas nesse domínio e, portanto, significa que há aqui uma preocupação acrescida, e bem, relativamente às questões ligadas à sustentabilidade", apontou.

Já a IA, "a partir de 30 de novembro de 2022, com o aparecimento democratizado, aberto, do ChatGPT", passou a ser incontornável em todas as áreas, disse.

Há também o 'site' relativo ao livro que permite fazer 'download' de materiais e verem as respostas que foram dadas.

"Portanto, aquilo que pretendemos é uma ferramenta prática que ajude as pessoas, e com os exemplos de várias organizações, a maior parte delas são de uma marca ligada ao grupo Delta", adiantou.

Pedro Dionísio referiu que o livro tem "exemplos bastantes concretos" para cada um dos temas, com os respetivos resultados, destacando que é muito importante para os gestores saberem utilizar bem a IA.

"Logo no início do livro, logo no primeiro capítulo, damos uma série de conceitos de como utilizar bem a inteligência artificial generativa" e os "cuidados a ter" no seu uso, destacou.

O professor catedrático sublinhou que "para ser competitivo hoje" é preciso estar atualizado quer no que diz respeito à IA como nos temas da sustentabilidade.

"É preciso ter atenção às questões ligadas à sustentabilidade e temos mais de 60 exemplos de práticas dessa área ao longo do livro e estamos a falar sempre de empresas a atuar no mercado nacional", sublinhou.

Ou seja, todos os exemplos dados no AI_Novator estão relacionados com empresas em Portugal e mesmo que sejam internacionais estão a operar em Portugal: "Esta é a nossa perspetiva para as pessoas se reverem e se inspirarem, o que queremos é que seja uma inspiração", assumiu Pedro Dionísio.

Têm vindo a ser feitos "vários 'workshops' em várias empresas com este modelo", com os dados que estão no livro, entre as quais PME exportadoras, para testar e ver como funciona, e os resultados têm sido "excelentes".

"Já fizemos mais de uma dezena de 'worshops' deste género", disse.

A inteligência artificial "não vai substituir as pessoas, mas consideramos que as pessoas que vão saber trabalhar" com a IA "vão substituir outras que não sabem", previu, referindo que isso foi a mesma coisa com a introdução dos computadores nas empresas.

Esta sexta-feira, 8 de novembro, ligado ao lançamento do livro, decorre o evento "AI Talks & Networking", entre as 21:00 e as 01:00, no Auditório do ISCTE Executive Education, que contará com três 'talks', às quais se segue uma sessão de 'networking', onde os participantes poderão interagir com os autores do livro e outros profissionais do setor.