Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Economia na onda certa

No Peniche Surf Camp, o negócio tem seguido uma linha ascendente. É crescente o número de estrangeiros que querem aprender a surfar na costa portuguesa.

Economia na onda certa
15 de Setembro de 2011 às 16:52
  • ...





"A uma família que venha surfar interessa-lhe ter uma casa de banho na praia, um parque de estacionamento, um nadador-salvador com jet ski, etc. Neste momento, não há nada", diz Ricardo Leopoldo.





Ricardo Leopoldo faz surf desde os 11 anos. Em 2004, abriu o Peniche Surf Camp, na sua terra natal, a pouca distancia das Berlengas. A licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, que tirou em Lisboa, de nada lhe serviu para entrar no mercado. Quando as portas se fecharam, resolveu ensinar aos mais novos o que o move desde miúdo. Aos 37 anos, é um dos sócios-gerentes da escola de surf. "A linha do negócio tem sido ascendente, tem crescido por volta de 30% de ano para ano", diz. A maior parte dos alunos são estrangeiros e vêm fazer cursos de cinco dias, que custam cerca de 400 euros. O crescimento dos praticantes da modalidade é um facto, mas Ricardo Leopoldo acrescenta que o surf deve crescer com regras e uma sustentação legal. "O que verificamos é que não há espaço suficiente, a maior parte das escolas que existem não são legais, não têm alvará, nem são empresas. Hoje, uma pessoa chega a uma praia com seis pranchas e seis fatos e abre uma escola de surf." Por isto, não se cansa de dizer que devia haver uma maior fiscalização. "O surf está em crescimento, mas deve ser apoiado, as instituições que tutelam estas escolas devem agir e fiscalizar." A Câmara Municipal de Peniche tem uma estratégia virada para o Mar, que inclui o surf como componente. Está prevista a construção de um centro de Alto Rendimento de Surf, em 2009 promoveu uma das etapas do Rip Curl Pro Search e em 2010 o Rip Curl Peniche Portugal, que se repete este ano. "A Câmara sempre apoiou bastante o surf e todas as iniciativas têm sido muito benéficas, quer para o surf quer para a região", diz. O problema é que a massificação destes eventos deveria ser regulamentada, segundo o surfista. Para Ricardo Leopoldo, o Centro de Alto Rendimento parece ser "uma excelente ideia". Contudo, diz que a economia portuguesa sabe aproveitar pouco o potencial do surf. O Estado deveria dar mais apoios, sobretudo na melhoria da faixa costeira. "O surf não é só trazer cá campeonatos. A uma família que venha para cá surfar interessa-lhe ter uma casa de banho na praia, um parque de estacionamento, um nadador-salvador com jet ski, etc. Neste momento, não há nada." Apesar disso, o negocio "vai bem", há mais amantes da modalidade e sente-se que vem muita gente de fora aprender a apanhar as ondas de Peniche, diz Ricardo Leopoldo.
Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio