Notícia
CVfilm - Currículos que são um filme
Ajudar quem procura emprego, usando como ferramenta um currículo em vídeo, é o que propõe a CVfilm.
Às vezes até à exaustão, a empresária Leonor Gomes corria com os olhos dezenas e dezenas de currículos de candidatura a um posto de trabalho na sua empresa. A maior parte não tinha graça, nem rasgo.
Esta falta de inovação era comentava, e lamentada, à noite, em casa, quando conversava com o filho, Diogo Braz. Aos seus olhos surgia como uma evidência a pobreza e, até, a decadência do currículo tradicional, por escrito, que "pouco mostrava acerca da pessoa", limitando-se a debitar o que fez "e não as suas 'soft skills'", ou seja, as suas competências transversais.
Em 2010, mãe e filho viram neste défice de informação uma oportunidade de negócio. "Começámos a pensar que seria interessante haver uma empresa que produzisse currículos em vídeo por forma a mostrar mais o que as pessoas são, ajudando-as a encontrar forma de se integrarem melhor no mercado de trabalho". Pesquisaram e não encontraram, no país, ninguém que o fizesse como idealizaram. E, se bem pensaram, depressa agiram registando a marca CVfilm naquele ano.
Para lá da folha A4
Crentes de que um empregador terá mais curiosidade em abrir um CV em vídeo do que outro em formato tradicional, criaram, em 2011, a empresa que soprará a primeira vela agora em Setembro.
De há um ano para cá, além do investimento de cerca de 25 mil euros do seu bolso, acreditam ter ajudado dezenas de pessoas que procuram emprego "a melhorar a sua comunicação com o mercado de trabalho". Fazem-no, essencialmente, através de três tipos de serviço (ver caixa) sendo que tudo começa pela análise do CV que o candidato já tem.
Depois, e em função dos objectivos, sugerem melhorias, que podem ser a produção de uma apresentação em vídeo que, literalmente, mostre o candidato, revelando-lhe características intransponíveis para uma folha impressa A4 (ver caixa). Naturalmente pouco habituados ao meio audiovisual, o tempo dedicado a cada candidato que aposte nesta "apresentação diferenciadora" é variável. Por isso, existe "flexibilidade" para ajustar "o mais possível" o seu serviço às disponibilidades temporais e financeiras dos clientes que podem ser, também, empreendedores que precisem de expor a sua ideia de negócio.
Resistência das empresas
Sendo certo que qualquer CV é "apenas a chave para abrir a porta de uma entrevista ou reunião", a garantia dos empreendedores é a de que, com a sua oferta, os candidatos "vão poder passar a apresentar propostas de valor às organizações em vez de simples candidaturas a empregos".
No terreno, e apesar de constituir uma "ferramenta diferenciadora" nesta área, o currículo em vídeo é ainda "pouco utilizado pelos candidatos no mercado de trabalho", diz Leonor Gomes. Daí que haja um caminho a desbravar diariamente.
Conscientes em relação à disponibilidade financeira do seu público alvo, os dois empreendedores não contavam com as "resistências culturais", sobretudo por parte das empresas que contratam. Os empreendores notam que "as pessoas individualmente estão a aderir mais a este formato de apresentação do que as empresas no processo de selecção".
"Este tipo de comunicação e exposição pessoal, não é estimulada nem trabalhada desde cedo.
Nem no sistema de ensino, nem no contexto social", diz Leonor Gomes. Obstáculo que, acredita, é superável, tratando-se de uma questão de tempo. Para isso, a empresa vai desenvolver uma oferta que "democratize" o conceito, até porque não há volta a dar: "o vídeo vai dominar a Internet".
Você é único e o seu filme também
Aos 24 anos, Rita Frade procura o primeiro emprego. Formou-se em Agronomia, em Lisboa, e especializou-se em olivicultura e tecnologia do azeite em Córdova. Apresenta-se em vídeo, morena, de olhos verdes, com o seu cão Zé, tendo como pano de fundo um parque porque adora campo e animais. Com vagar, num baloiço, diz que é proactiva, mas não gosta de pressas. Até final do vídeo, momento em que revela idade e naturalidade, enuncia características pessoais e relata o seu percurso. Faz festas num cavalo - monta desde os 12 anos - antes de enumerar o que pensa poder acrescentar à empresa que a contrate. Mais ou menos minuto e meio de vídeo, disponível no vimeo.com, numa das versões de currículos disponíveis - o CVfilm Soft para recém licenciados ou para quem tem pouca experiência profissional. A partir de 200 euros é possível ter um e, por mais 100 euros, o Pro, para profissionais em ascenção na carreira, ou o Venture, para empreendedores "que queiram fazer um 'elevator pitch'" da sua ideia de negócio recorrendo ao audiovisual.
Os valores são referenciais porque, explica Diogo Braz, tudo depende das reuniões extra, da localização geográfica (sair da região de Lisboa implica custos acrescidos), da quantidade de informação a trabalhar, do recurso a estúdio, porque a produção de vídeo pode ser simples ou com efeitos especiais e inserção de imagens.
Filho de peixe
Leonor Gomes é empreendedora desde a faculdade onde estudou Economia. Empresária desde 1989, tem como projecto mais emblemático o Easy Bus, transporte de crianças, mas houve mais. O gosto pela criação de algo novo valeu-lhe a alcunha, entre amigos, de "serial entrepreneur". Agora, com o filho, recém-licendiado em Gestão do Lazer e Animação Turística, fez acontecer a CVfilm. Uma "joint venture" dos 21 aos 45 anos, que é o intervalo etário entre os dois. A mãe sabe de gestão, o filho também nada nessas águas, mas perde-se por fotografia e vídeo. Ser um rapaz do seu tempo, que trata por tu as redes sociais e tudo o que mexe na Internet, é essencial. Empresa familiar, porém não tradicional, que nasceu em casa onde "a partilha das ideias e projectos levou à construção deste conceito em que cada um acrescenta e complementa".
Esta falta de inovação era comentava, e lamentada, à noite, em casa, quando conversava com o filho, Diogo Braz. Aos seus olhos surgia como uma evidência a pobreza e, até, a decadência do currículo tradicional, por escrito, que "pouco mostrava acerca da pessoa", limitando-se a debitar o que fez "e não as suas 'soft skills'", ou seja, as suas competências transversais.
Para lá da folha A4
Crentes de que um empregador terá mais curiosidade em abrir um CV em vídeo do que outro em formato tradicional, criaram, em 2011, a empresa que soprará a primeira vela agora em Setembro.
De há um ano para cá, além do investimento de cerca de 25 mil euros do seu bolso, acreditam ter ajudado dezenas de pessoas que procuram emprego "a melhorar a sua comunicação com o mercado de trabalho". Fazem-no, essencialmente, através de três tipos de serviço (ver caixa) sendo que tudo começa pela análise do CV que o candidato já tem.
Depois, e em função dos objectivos, sugerem melhorias, que podem ser a produção de uma apresentação em vídeo que, literalmente, mostre o candidato, revelando-lhe características intransponíveis para uma folha impressa A4 (ver caixa). Naturalmente pouco habituados ao meio audiovisual, o tempo dedicado a cada candidato que aposte nesta "apresentação diferenciadora" é variável. Por isso, existe "flexibilidade" para ajustar "o mais possível" o seu serviço às disponibilidades temporais e financeiras dos clientes que podem ser, também, empreendedores que precisem de expor a sua ideia de negócio.
Resistência das empresas
Sendo certo que qualquer CV é "apenas a chave para abrir a porta de uma entrevista ou reunião", a garantia dos empreendedores é a de que, com a sua oferta, os candidatos "vão poder passar a apresentar propostas de valor às organizações em vez de simples candidaturas a empregos".
No terreno, e apesar de constituir uma "ferramenta diferenciadora" nesta área, o currículo em vídeo é ainda "pouco utilizado pelos candidatos no mercado de trabalho", diz Leonor Gomes. Daí que haja um caminho a desbravar diariamente.
Conscientes em relação à disponibilidade financeira do seu público alvo, os dois empreendedores não contavam com as "resistências culturais", sobretudo por parte das empresas que contratam. Os empreendores notam que "as pessoas individualmente estão a aderir mais a este formato de apresentação do que as empresas no processo de selecção".
"Este tipo de comunicação e exposição pessoal, não é estimulada nem trabalhada desde cedo.
Nem no sistema de ensino, nem no contexto social", diz Leonor Gomes. Obstáculo que, acredita, é superável, tratando-se de uma questão de tempo. Para isso, a empresa vai desenvolver uma oferta que "democratize" o conceito, até porque não há volta a dar: "o vídeo vai dominar a Internet".
Você é único e o seu filme também
Aos 24 anos, Rita Frade procura o primeiro emprego. Formou-se em Agronomia, em Lisboa, e especializou-se em olivicultura e tecnologia do azeite em Córdova. Apresenta-se em vídeo, morena, de olhos verdes, com o seu cão Zé, tendo como pano de fundo um parque porque adora campo e animais. Com vagar, num baloiço, diz que é proactiva, mas não gosta de pressas. Até final do vídeo, momento em que revela idade e naturalidade, enuncia características pessoais e relata o seu percurso. Faz festas num cavalo - monta desde os 12 anos - antes de enumerar o que pensa poder acrescentar à empresa que a contrate. Mais ou menos minuto e meio de vídeo, disponível no vimeo.com, numa das versões de currículos disponíveis - o CVfilm Soft para recém licenciados ou para quem tem pouca experiência profissional. A partir de 200 euros é possível ter um e, por mais 100 euros, o Pro, para profissionais em ascenção na carreira, ou o Venture, para empreendedores "que queiram fazer um 'elevator pitch'" da sua ideia de negócio recorrendo ao audiovisual.
Os valores são referenciais porque, explica Diogo Braz, tudo depende das reuniões extra, da localização geográfica (sair da região de Lisboa implica custos acrescidos), da quantidade de informação a trabalhar, do recurso a estúdio, porque a produção de vídeo pode ser simples ou com efeitos especiais e inserção de imagens.
Filho de peixe
Leonor Gomes é empreendedora desde a faculdade onde estudou Economia. Empresária desde 1989, tem como projecto mais emblemático o Easy Bus, transporte de crianças, mas houve mais. O gosto pela criação de algo novo valeu-lhe a alcunha, entre amigos, de "serial entrepreneur". Agora, com o filho, recém-licendiado em Gestão do Lazer e Animação Turística, fez acontecer a CVfilm. Uma "joint venture" dos 21 aos 45 anos, que é o intervalo etário entre os dois. A mãe sabe de gestão, o filho também nada nessas águas, mas perde-se por fotografia e vídeo. Ser um rapaz do seu tempo, que trata por tu as redes sociais e tudo o que mexe na Internet, é essencial. Empresa familiar, porém não tradicional, que nasceu em casa onde "a partilha das ideias e projectos levou à construção deste conceito em que cada um acrescenta e complementa".