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A Vela navega no sangue

Marta Lobato nasceu entre velejadores. Aos 28 anos, já trouxe um circuito da Audi MedCup para Cascais e quer que os seus projectos tenham, sobretudo, continuidade.

A Vela navega no sangue
15 de Setembro de 2011 às 16:59
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"O Estado deve olhar para todas as actividades e ver que não há formação especializada. Sem formação, também não se conseguem bons resultados", considera Marta Lobato.





Marta Lobato é filha, neta e irmã de velejadores. Tinha apenas três meses quando fez a primeira viagem. A partir daí, ficou a saber que as férias da família se passavam sempre a bordo. A Desafios Oceânicos nasceu para dar apoio ao irmão e velejador Francisco Lobato. Hoje, centra-se na organização de eventos náuticos ligados à vela. Quando o projecto nasceu, em 2008, Marta Lobato era relações públicas no circuito líder de regatas mundial, Audi MedCup. Quando lhe pediram para organizar um evento em Cascais, não hesitou. O irmão saiu da empresa em 2010 e ela ficou a geri-la com o pai. "Cada um deve fazer aquilo em que se sente confortável. E a vela foi a minha vida desde sempre." Tem tido vários pedidos de circuitos para Cascais, mas não arrisca sem ter apoios garantidos, o que não é fácil. O maior obstáculo à sua actividade é mesmo esse: ausência de apoios. Os incentivos públicos podem ajudar os eventos nos primeiros anos, mas o objectivo é que, posteriormente, sejam apoiados por entidades privadas. Trouxe uma das etapas da Audi MedCup para Cascais, mas não ficou satisfeita. "Ficou uma porta aberta para fazermos algo ainda melhor no próximo ano." Obstáculos? "Não conseguimos juntar todos os apoios que deveríamos, o que dificultou a promoção do evento. Sem uma boa promoção é difícil que as pessoas saibam que o evento existe." O público ficou um pouco de fora, apesar de lhe terem dedicado uma área, com actividades para crianças, concertos, entre outros. Marta Lobato também vai estar na organização da Tall Ships World Race, um circuito de regatas grandes que regressa a Portugal em 2012. Contrataram-na para gerir o projecto do evento promovido pela APORVELA - Associação Portuguesa de Treino de Vela, da qual o seu avô foi fundador, há 30 anos. "O Estado deve olhar para todas as actividades e ver que não há formação especializada. Sem formação, também não se conseguem bons resultados." É um trabalho de fundo que é urgente. Os eventos náuticos, por exemplo, funcionam como uma bola de neve. O evento passa-se em Cascais e vai trazer todas as equipas, incluindo as de terra, a logística de cada uma, entre outros. Chegam e gastam dinheiro nas cidades. "E depois projectam o nome de Cascais pelo mundo fora." Marta Lobato quer continuar a trabalhar em Portugal, mas diz que deve haver uma maior agilização de todas as entidades.
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