Notícia
"Posso levar o descodificador daqui para as Caldas?"
As dúvidas persistem. A área de Agualva-Cacém apaga hoje o sinal analógico de televisão.
Era uma audiência atenta. E uma boa parte até tomava apontamentos. Eduardo Cardadeiro, administrador da Anacom, num português suave, sem grandes tecnicidades, explicava o processo de migração do sinal de televisão analógico para o digital em Rio de Mouro. É hoje que o analógico é desligado no retransmissor do Cacém, o que afectará oito freguesias do concelho de Sintra, entre as quais Massamá , onde mora o novo primeiro-ministro, Passos Coelho. As outras são Belas, Agualva, Cacém, Rio de Mouro, Mira-Sintra, S. Marcos e São Pedro de Penaferrim, num total de 60 mil famílias. Um universo maior do que o primeiro apagão em Alenquer.
O sinal digital já está disponível em todo o País (há zonas que não têm, mas cuja cobertura será garantida via satélite), mas está no ar em simultâneo com o analógico. Hoje será a segunda zona-piloto a ficar unicamente com o sinal digital. O que significa que quem só tenha os quatro canais (RTP1, RTP2, SIC e TVI) e não se tiver preparado atempadamente, ficará sem ver televisão. A Anacom estimava na semana passada haver cerca de mil famílias em risco de ficarem com a televisão a negro, com um aviso que as emissões analógicas terminaram.
"É muito simples. Em dois minutos faz-se o processo". Dizia Eduardo Cardadeiro ao mesmo tempo que mostrava um filme a explicar o processo de instalação da caixa descodificadora. "Ah!" ouvia-se da assistência. Há caixas a partir dos 30 euros, mas há outras a mais de 100 euros. "Não é só o dinheiro. É que a gente não sabe", comentava-se e inquiria-se porque razão as caixas de mais de 100 euros também poderiam ser comparticipadas. Há subsídios para três casos (ver caixa) que vai até aos 22 euros para qualquer caixa que se compre. "Mas se uma pessoa compra uma caixa de 100 ou mais euros, é porque não precisa do subsídio"... afirmava-se.
As principais dúvidas referiam-se às caixas descodificadoras e aos cabos que são necessários (é preciso um cabo 'scart' ou de 21 pinos para ligar a caixa à televisão). "Ou se querem televisão em alta definição é preciso o cabo HDMI". Escrevia-se tudo. H...D...M...I... Noutra linha via-se a indicação Mpeg 4. Esta é a norma que os descodificadores ou televisores têm de cumprir para receber as emissões digitais em Portugal. A norma em Espanha é diferente, por isso, os descodificadores podem não ser compatíveis.
Nem todos os residentes desta área do concelho de Sintra serão afectados. Quem tenha antenas direccionadas para outros retransmissores continuaram a ver o sinal analógico. José Galvão é administrador de condomínio no seu prédio há 22 anos. Há cerca de dois ou três anos substituiu-se no seu prédio a antena colectiva e, por isso, acredita que os poucos condóminos que ainda vêem televisão pelo sinal analógico não vão ter problemas. Pelo menos com a antena. Terão de comprar um descodificador caso a televisão não esteja apetrechada. Já Arnaldo e Tomásia Luz optaram por contratar um serviço de televisão por subscrição. "Já está tudo feito". Vão pagar mensalmente, assume Arnaldo. Complicada parece estar a ser a migração de um habitante de Serras das Minas que já vai no terceiro descodificador e sem conseguir o sinal digital. O problema pode ser na antena. Mas esta é colectiva e não é fácil perceber a quem cabe a responsabilidade de a direccionar ou de comprar uma nova. A antena é colectiva, mas são apenas duas as fracções, de um total de 10, que se servem dela.
Já Amália Nascimento Silva, 75 anos, apanhada na sessão de esclarecimento na junta de freguesia de Rio de Mouro por acaso, (estava a contar ter um ensaio da marcha), tem outras dúvidas: "posso levar o descodificador que comprar para a casa de Rio de Mouro para outra casa nas Caldas?". "Posso usar o mesmo descodificador na televisão da sala e na televisão do quarto?". A resposta é... pode, mas nunca conseguirá ver as duas televisões ao mesmo tempo. Esclarecidas as dúvidas, Amália Silva pode voltar à marcha, escrita por si: "Lá vai a marcha/ Canta Rio de Mouro/ Lá vai passando/ Ela é um tesouro/ Alegre e ladina/ Toda engalanada/ Nossa vila querida/ Por nós muito amada".
Guia essencial para a mudança digital
Quem deve estar preocupado com a migração da televisão analógica para a digital?
Todas as pessoas que não subscrevam um serviço de televisão pago à Zon, PT (meo), Optimus, Ar Telecom, Vodafone ou Cabovisão, ou seja, as pessoas que em sua casa têm televisores que só recebam quatro canais (RTP1, RTP2, SIC e TVI), através da antena. No entanto, quem tem televisão por subscrição, se um dia desligar esse serviço, tem de se adaptar também à televisão digital.
Qual é a diferença entre o sinal analógico e o digital?
O sinal digital tem melhor qualidade de imagem e de som. Por outro lado, pode ter-se serviços adicionais consoante o descodificador ("box") que se adquira. E como existe uma única rede de transmissão digital, quem não captava bem alguns dos canais, agora, à partida, conseguirá vê-los todos em boas condições.
O Cacém é a única zona a mudar para o digital?
Não. O País todo vai mudar. É uma condição comunitária. Começou, em Maio, por Alenquer. Hoje será a vez do Cacém e a 13 de Outubro na Nazaré. A 12 de Janeiro de 2012 será a migração na faixa litoral do continente. A 22 de Março de 2012 nos Açores e na Madeira. E a 26 de Abril no resto do território.
O televisor que tenho serve?
Se for um aparelho com mais de dois anos, dificilmente estará preparado. Se tiver menos poderá estar. Há que garantir que é compatível com a norma Mpeg4. Há aparelhos que têm escrita a norma, pode ver no manual ou perguntar ao vendedor.
E se o televisor não estiver preparado?
Quem não tiver televisores preparados, tem de comprar um descodificador ("set top box"). A Anacom diz haver caixas desde 30 euros à venda nas lojas de electrodomésticos e electrónica. O descodi-ficador será ligado à ficha da antena e ao televisor. Cada televisão tem de ter uma "box".
Há subsídios para a compra dos descodificadores?
Sim, para reformados e pensionistas com rendimento inferior a 500 euros mensais, para titulares de rendimento social de inserção ou para portadores de deficiência com grau igual ou superior a 60% e instituições de carácter social. O subsídio é de 50% do valor do descodificador, até ao máximo de 22 euros. É preciso a factura do descodificador e o comprovativo de morada da pessoa que está a pedir o subsídio.
É preciso mudar a antena?
Pode ser preciso mudar a antena ou redireccioná-la, mas a Anacom acredita que a maior parte das antenas servirão para o digital.
Que canais posso ver?
RTP, RTP2, SIC e TVI e nas ilhas RTP Açores e RTP Madeira.
Terá de se pagar a tdt?
Para receber os quatro canais não se paga nada. Pode ter de se comprar o descodificador e continua a pagar na factura da electricidade a taxa para o audiovisual, que é para financiar o serviço público da RTP.
O sinal digital já está disponível em todo o País (há zonas que não têm, mas cuja cobertura será garantida via satélite), mas está no ar em simultâneo com o analógico. Hoje será a segunda zona-piloto a ficar unicamente com o sinal digital. O que significa que quem só tenha os quatro canais (RTP1, RTP2, SIC e TVI) e não se tiver preparado atempadamente, ficará sem ver televisão. A Anacom estimava na semana passada haver cerca de mil famílias em risco de ficarem com a televisão a negro, com um aviso que as emissões analógicas terminaram.
As principais dúvidas referiam-se às caixas descodificadoras e aos cabos que são necessários (é preciso um cabo 'scart' ou de 21 pinos para ligar a caixa à televisão). "Ou se querem televisão em alta definição é preciso o cabo HDMI". Escrevia-se tudo. H...D...M...I... Noutra linha via-se a indicação Mpeg 4. Esta é a norma que os descodificadores ou televisores têm de cumprir para receber as emissões digitais em Portugal. A norma em Espanha é diferente, por isso, os descodificadores podem não ser compatíveis.
Nem todos os residentes desta área do concelho de Sintra serão afectados. Quem tenha antenas direccionadas para outros retransmissores continuaram a ver o sinal analógico. José Galvão é administrador de condomínio no seu prédio há 22 anos. Há cerca de dois ou três anos substituiu-se no seu prédio a antena colectiva e, por isso, acredita que os poucos condóminos que ainda vêem televisão pelo sinal analógico não vão ter problemas. Pelo menos com a antena. Terão de comprar um descodificador caso a televisão não esteja apetrechada. Já Arnaldo e Tomásia Luz optaram por contratar um serviço de televisão por subscrição. "Já está tudo feito". Vão pagar mensalmente, assume Arnaldo. Complicada parece estar a ser a migração de um habitante de Serras das Minas que já vai no terceiro descodificador e sem conseguir o sinal digital. O problema pode ser na antena. Mas esta é colectiva e não é fácil perceber a quem cabe a responsabilidade de a direccionar ou de comprar uma nova. A antena é colectiva, mas são apenas duas as fracções, de um total de 10, que se servem dela.
Já Amália Nascimento Silva, 75 anos, apanhada na sessão de esclarecimento na junta de freguesia de Rio de Mouro por acaso, (estava a contar ter um ensaio da marcha), tem outras dúvidas: "posso levar o descodificador que comprar para a casa de Rio de Mouro para outra casa nas Caldas?". "Posso usar o mesmo descodificador na televisão da sala e na televisão do quarto?". A resposta é... pode, mas nunca conseguirá ver as duas televisões ao mesmo tempo. Esclarecidas as dúvidas, Amália Silva pode voltar à marcha, escrita por si: "Lá vai a marcha/ Canta Rio de Mouro/ Lá vai passando/ Ela é um tesouro/ Alegre e ladina/ Toda engalanada/ Nossa vila querida/ Por nós muito amada".
Guia essencial para a mudança digital
Quem deve estar preocupado com a migração da televisão analógica para a digital?
Todas as pessoas que não subscrevam um serviço de televisão pago à Zon, PT (meo), Optimus, Ar Telecom, Vodafone ou Cabovisão, ou seja, as pessoas que em sua casa têm televisores que só recebam quatro canais (RTP1, RTP2, SIC e TVI), através da antena. No entanto, quem tem televisão por subscrição, se um dia desligar esse serviço, tem de se adaptar também à televisão digital.
Qual é a diferença entre o sinal analógico e o digital?
O sinal digital tem melhor qualidade de imagem e de som. Por outro lado, pode ter-se serviços adicionais consoante o descodificador ("box") que se adquira. E como existe uma única rede de transmissão digital, quem não captava bem alguns dos canais, agora, à partida, conseguirá vê-los todos em boas condições.
O Cacém é a única zona a mudar para o digital?
Não. O País todo vai mudar. É uma condição comunitária. Começou, em Maio, por Alenquer. Hoje será a vez do Cacém e a 13 de Outubro na Nazaré. A 12 de Janeiro de 2012 será a migração na faixa litoral do continente. A 22 de Março de 2012 nos Açores e na Madeira. E a 26 de Abril no resto do território.
O televisor que tenho serve?
Se for um aparelho com mais de dois anos, dificilmente estará preparado. Se tiver menos poderá estar. Há que garantir que é compatível com a norma Mpeg4. Há aparelhos que têm escrita a norma, pode ver no manual ou perguntar ao vendedor.
E se o televisor não estiver preparado?
Quem não tiver televisores preparados, tem de comprar um descodificador ("set top box"). A Anacom diz haver caixas desde 30 euros à venda nas lojas de electrodomésticos e electrónica. O descodi-ficador será ligado à ficha da antena e ao televisor. Cada televisão tem de ter uma "box".
Há subsídios para a compra dos descodificadores?
Sim, para reformados e pensionistas com rendimento inferior a 500 euros mensais, para titulares de rendimento social de inserção ou para portadores de deficiência com grau igual ou superior a 60% e instituições de carácter social. O subsídio é de 50% do valor do descodificador, até ao máximo de 22 euros. É preciso a factura do descodificador e o comprovativo de morada da pessoa que está a pedir o subsídio.
É preciso mudar a antena?
Pode ser preciso mudar a antena ou redireccioná-la, mas a Anacom acredita que a maior parte das antenas servirão para o digital.
Que canais posso ver?
RTP, RTP2, SIC e TVI e nas ilhas RTP Açores e RTP Madeira.
Terá de se pagar a tdt?
Para receber os quatro canais não se paga nada. Pode ter de se comprar o descodificador e continua a pagar na factura da electricidade a taxa para o audiovisual, que é para financiar o serviço público da RTP.