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Como será o Ensino especializado dentro de 10 anos

Portugal com instituições de ensino superior particularmente segmentadas, em que há uma divisão mais significativa entre quem faz investigação e entre quem investe na formação. Um ensino de gestão adaptado a cada empresa e com os MBA a perder força. Assim

03 de Dezembro de 2007 às 11:45
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É a visão dos especialistas: não é impossível vislumbrar o ensino superior na próxima década, ainda que a Europa esteja actualmente a definir um novo rumo para as suas instituições, em plena fase de maturação do Processo de Bolonha. A palavra-chave, dizem, é "especialização". No fundo, trata-se de uma das consequências de Bolonha, que procura aumentar a mobilidade no espaço europeu de ensino superior.

Dentro de dez anos, a opinião dominante descreve instituições sobretudo divididas em duas vias: de um lado, e em maior número, universidades e politécnicos que visam fundamentalmente a formação de massa, de primeiro ciclo (licenciaturas); do outro, escolas que centram a sua actividade particularmente na investigação avançada e na formação de segundo e terceiro ciclos (mestrados e doutoramentos, segundo as directrizes de Bolonha).

"Prevejo que haverá, daqui a dez anos, talvez o mesmo número de universidades, mas as suas missões serão mais diferenciadas. Haverá menos universidades que se dizem com vocação para a investigação e mais que se dizem com vocação para a formação. Em linhas gerais, é esta a grande tendência", argumenta José António Sarsfield Cabral, pró-reitor da Universidade do Porto, actualmente a desenhar o plano estratégico da instituição para os próximos anos. "Acho que há espaço para Portugal ter instituições nessa elite europeia", diz ainda.

Do lado de quem pensa a gestão, as linhas de argumentação são semelhantes. O presidente da direcção da Escola de Gestão do Porto (EGP), Daniel Bessa, sublinha a apetência para a especialização que aí vem, em que as instituições dividem o seu raio de acção. "Acredito na tendência de segmentação. É uma tendência que apanha a maior parte das actividades e é normal que se estenda ao ensino superior. Também acredito que haja uma crescente dissociação entre as actividades de investigação e de ensino, mas acho que os melhores farão sempre as duas coisas e fá-lo-ão bem", defende Daniel Bessa.

No que concerne às escolas de gestão propriamente ditas, o responsável da EGP diz que os MBA tendem a perder capacidade de atracção face à formação especializada, nomeadamente a "in-company". Refere ainda que, em 2017 há espaço para Portugal ter duas boas "business schools".

Alcibíades Guedes, também da EGP, acrescenta igualmente que o ensino da gestão vai focar mais a vertente comportamental dos alunos.

Continue a ler aqui o que pode mudar no ENSINO ESPECIALIZADO dentro de dez anos.

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