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Plataformas de streaming da Disney lucram pela primeira vez. Mas ações afundam

Os lucros da gigante de entretenimento subiram para 1,21 dólares por ação, o que fez a companhia elevar a perspectiva de crescimento dos lucros ajustados para o ano de 20% para 25%.

Bob Iger, CEO da Walt Disney, tem um 'paraquedas' dourado de 111,7 milhões de dólares.
Reuters
07 de Maio de 2024 às 15:53
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Já passaram cinco anos desde a estreia das plataformas de streaming da Walt Disney, que incluem a Disney+ e a Hulu, mas apenas no primeiro trimestre deste ano é que o domínio conseguiu gerar lucro.  

Entre janeiro e março, as duas streamers arrecadaram 47 milhões de dólares (43,7 milhões de euros), um salto enorme quando comparado com o prejuízo de 587 milhões de dólares registados no período homólogo.  

Tal como outras empresas de entretenimento, a Disney tem tentado adaptar-se à migração dos consumidores da televisão por cabo para o streaming, e prometeu a Wall Street que este domínio seria lucrativo até setembro de 2024. Uma "gestão agressiva" das contas fez com que a empresa conseguisse antecipar as suas próprias previsões, referiu o CFO da companhia, Hugh Johnston, em declarações à Reuters. 

Neste que é o segundo trimestre fiscal, o conglomerado liderado por Bob Iger reportou lucros acima das expectativas dos analistas, saltando para os 1,21 dólares por ação, o que fez com que a companhia elevasse de 20% para 25% a orientação para o crescimento dos lucros ajustado para todo o ano.  

Mesmo assim, a subida não foi suficiente para colmatar a queda registada no negócio tradicional de televisão e venda de bilhetes de cinema.  

A receita do negócio de televisão por cabo caiu 8%, para 2,77 mil milhões de dólares, e o lucro operacional derrapou 22% em relação ao ano anterior, para 752 milhões de dólares. 

No que toca à produção cinematográfica, as vendas de bilhetes de cinema derraparam 40% e fixaram o prejuízo nos 18 milhões nos primeiros três meses do ano. Sem novos lançamentos, os argumentistas e atores seguem com greves que se arrastam desde o ano passado. 

Já os lucros da divisão de parques temáticos do conglomerado de média cresceram 12% para os 2,29 mil milhões de dólares, justificado pelos preços mais altos dos bilhetes e pelo sucesso internacional dos parques. 

No cenário global do trimestre, apesar do prejuízo líquido registado de 20 milhões de dólares (18,5 milhões de euros), as receitas do império chegaram aos 22,08 mil milhões de dólares (20,5 mil milhões de euros), acima da marca de 21,82 mil milhões do ano anterior, mas ligeiramente abaixo da expectativa do mercado.  

Também o número de assinantes da Disney+ ficaram aquém das previsões dos analistas, apesar do aumento de seis milhões para os 153,6 milhões, ainda que o mercado apontasse para os 155,66 milhões de utilizadores.  

"Os resultados foram impulsionados em grande parte pelo segmento de ‘experiências’ (que inclui os parques temáticos), bem como pelo negócio de streaming. É importante sublinhar que o streaming de entretenimento foi lucrativo no trimestre e continuamos no caminho certo para alcançar o lucro no quarto trimestre", afirmou o CEO, Bob Iger, citado pela Bloomberg. 

Iger, que voltou da reforma para renovar a Disney em novembro de 2022, instituiu cortes que devem atingir pelo menos 7,5 mil milhões de dólares até ao final de setembro. Durante a apresentação de contas, o CEO avisou que irá reduzir o investimento na produção de filme da icónica Marvel. 

Desde a divulgação dos resultados, as ações da Disney desvalorizaram 8,32% para 106,72 dólares.  

* Notícia editada por Pedro Curvelo

 

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