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Novo jornal mensal em papel quer tratar assuntos "sem a pressão" do quotidiano
O novo jornal mensal em papel "Dia 15" é lançado na terça-feira e visa, num formato "perto do tablóide", tratar os assuntos "com tempo, sem a pressão das notícias" do quotidiano, segundo o director da publicação.
"Tem um formato perto do tablóide e vai sair uma vez por mês, sendo um jornal diferente dos outros porque vai tratar determinados assuntos com o tempo que a pressão das notícias [no dia a dia] não deixa", afirmou Paulo Carmona, em declarações à agência Lusa.
Numa tiragem inicial de cerca de 20 mil exemplares, a um preço de venda de 3,50 euros por unidade, este é "um jornal de investigação que trata muitos temas que não estão na agenda imediata, mas futura, como políticas públicas, segurança social, emprego, entre outros debates que vamos fazer, que serão totalmente apartidários, independentes e sem tabus", acrescentou o director do jornal "Dia 15".
O projecto representa um investimento inicial de 100 mil euros, 44% dos quais suportados pelo grupo Multipublicações (que detém títulos como as revistas Marketeer, Executive Digest e Viagens & Resorts) e o restante por 14 sócios, entre os quais Paulo Carmona.
"Somos um grupo de 14 amigos que decidiu criar o jornal por acreditar no papel e que podemos ter lugar [no sector em Portugal]", acrescentou Paulo Carmona, ex-presidente da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC).
Entre os sócios estão personalidades como Jorge Marrão (sócio da Deloitte), Fernando Esmeraldo (presidente executivo da ECS - Sociedade de Capital de Risco), Álvaro Nascimento (presidente do Conselho Fiscal do Banco Carregosa), Pedro Rebelo de Sousa (fundador da SRS Advogados), Álvaro Covões (director da Everything is New) e José Theotónio Pestana (presidente executivo do Grupo Pestana).
Acrescem os nomes de Luís Magalhães (sócio-gerente da Deloitte), Luís Paulo Salvado (presidente do Conselho de Administração da Novabase), Nélson Pires (director-geral da Jaba Recordati), Manuel Lopes da Costa (responsável em Portugal pela consultora de gestão BearingPoint), Ricardo Florêncio (presidente executivo da Multipublicações), Fernando Neves de Almeida (sócio-gerente da Boyden Portugal) e Carlos Álvares (ex-presidente do Banco Popular).
"Acreditamos que há papel para o papel", assinalou, especificando que a publicação terá como principais fontes de receita as vendas e a publicidade. O responsável notou que "é preciso voltar a dar gosto ao papel, sem ser aquela leitura imediata, que num dia é uma coisa e no outro já é outra".
Abordando "temas intemporais", a publicação irá, assim, "fugir ao complicado e às incongruências, para que qualquer um possa ler e para que as pessoas sejam mais conhecedoras do que se passa", adiantou.
A equipa inicial conta com quatro jornalistas (incluindo o director) e um fotógrafo.
A primeira edição sai terça-feira, dia 15 de Maio (daí o nome da publicação) nas bancas, mas o objectivo é que o jornal também tenha presença nas redes sociais, uma página na internet, uma 'newsletter' diária e, mais tarde, uma aplicação móvel. "Vamos tentar fazer as coisas devagarinho", adiantou Paulo Carmona à Lusa.