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Mickey faz 90 anos e é uma máquina de fazer dinheiro
O rato Mickey faz este domingo 90 anos. A Disney tem outras estrelas, mas Mickey continua em alta.
Antes do rato chegou o coelho, que apesar do nome era mais um camundongo, um rato-doméstico. O Oswald, o coelho sortudo, foi a criação de Walt Disney, na década 20 do século passado, que antecedeu o rato Mickey. Foi por ter perdido para a Universal Studios os direitos de orelhudo Oswald – do qual agora se descobriu que o japonês Yasushi Watanabe, de 84 anos, detém um dos poucos filmes existentes do Oswald de Disney – que Walt Disney desenhou outro animal: um rato (havia já, então, nos desenhos animados muitos gatos). Chamou-lhe Mickey e faz este domingo, 18 de Novembro, 90 anos.
Em Maio de 1928 fez a sua primeira aparição numa curta metragem, ainda muda, chamada "O Maluco de Avião", mas não passou nos testes. Disney não desistiu, e mais tarde apresentou "Steamboat Willie [Willie, do barco a vapor]", já com som, e que chegou às salas de cinema a 18 de Novembro de 1928.
Foi o início da conquista do mundo pelo rato de voz fina (feito inicialmente pelo seu próprio criado) que dura há nove décadas, e que foi um dos principais protagonistas para a criação de um império multimilionário ligado ao entretenimento. Hoje a Disney factura qualquer coisa como 59 mil milhões de dólares, e lucra perto de 13 mil milhões de dólares. E o seu valor bolsista atinge 172,8 mil milhões de euros.
Segundo a Licensing Letter, citada pelo The New York Times, o Mickey e os seus amigos (Minnie, Pluto, Pateta) ainda estão no topo de vendas de produtos associados às marcas, gerando vendas a retalho de 3,2 mil milhões de dólares, valor que não inclui o que se vende na rede de lojas próprias da Disney nem nos seus parques temáticos. A Disney não divulga vendas individualizadas.
O marketing associado começou pouco tempo depois da estreia do primeiro filme. Conta a Veja que Walt Disney recebeu uma oferta de 300 dólares para que a sua personagem fosse colocada num caderno para crianças. E assim foi. O caderno está nos arquivos da empresa em Los Angeles.
A aventura prosseguiu. Até 1950 foram cerca de 130 animações. O pós-guerra, no entanto, fez a Disney apostar noutras personagens, em particular em princesas. E em 1966 Walt Disney morreu. E com ele o império entrou em declínio, só recuperado a partir dos anos 90.
Nunca o Mickey morreu. Teve transformações. E em 2006 até conheceu o seu antecessor. Nesse ano a Disney voltou a ter os direitos de Oswald e juntou-os num jogo Epic Mickey. As obras do mesmo criador finalmente conheceram-se.
Direitos centenários
Uma celebração destas não passa, pois, indiferente à rainha do marketing. Ainda para mais sabendo que dentro de cinco anos perde os direitos para o domínio público. A menos que volte a ganhar tempo como aconteceu durante todos estes anos. E, segundo então foi noticiado, a mudança deveu-se a um rato: Mickey. Quando foi lançado o Willie, do barco a vapor, a lei que vigorara atribuía uma protecção autoral de 56 anos, o que significa que terminaria em 1984.
O lobby foi grande, segundo se conta, e a Disney conseguiu ver estendida a sua protecção para Mickey até 2003. E novamente com o prazo a chegar, nova alteração aos direitos autorais foi feita, levando a protecção até 2023.