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Kremlin manda televisão pública reduzir cobertura sobre Trump

Os altos dirigentes russos não querem ver tanto Trump na televisão estatal. Depois de sinais de uma aproximação no início do mandato do presidente dos EUA, Moscovo parece agora acreditar que a nova administração não vai ser tão amigável com a Rússia como se pensava.

Bloomberg
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O Kremlin ordenou à televisão pública russa que reduza a cobertura mediática de Donald Trump, de acordo com a Bloomberg. A decisão de altos dirigentes russos pode ser um reflexo das crescentes preocupações sobre a relação Moscovo-Washington. As autoridades russas deverão estar mesmo a temer que a nova administração norte-americana não seja tão amigável como ao princípio parecia, de acordo com o que disseram três fontes à agência.

A administração russa justificou esta decisão com o facto de os espectadores russos já não se interessarem com os detalhes da transição de poder nos EUA, revelou outra fonte da Bloomberg.

"Eles não vão receber muitas críticas [sobre esta decisão em relação] a Trump, simplesmente não vão falar muito sobre ele", disse à agência Konstantin von Eggert, comentador político da TV Rain, o único canal independente russo. "O destino das relações russo-americanas é muito menos previsível do que era há algumas semanas".


Entretanto, esta quarta-feira, 15 de Fevereiro, foi noticiado que várias agências de informação e o FBI estão a realizar investigações para apurarem se houve esforços da Rússia para se imiscuírem nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. E estão também a coordenar trabalhos entre si. A informação foi avançada à Bloomberg por quatro responsáveis pela segurança nacional.


Estas investigações, refere a mesma fonte, começaram antes de o tenente-general reformado Michael Flyyn se ter demitido na segunda-feira, 13 de Fevereiro, do cargo de conselheiro de segurança nacional de Trump.

A polémica em torno de Flynn surgiu quando, na semana passada, o The Washington Post noticiou que o conselheiro de Trump tinha falado – durante contactos telefónicos com representantes russos, nomeadamente o embaixador russo junto das Nações Unidas, Sergey Kislyak – sobre as sanções impostas pelos EUA à Rússia na sequência da anexação unilateral da Crimeia pela Rússia em 2014.

Flynn começou por negar esses factos, sendo depois acusado de mentir quando admitiu que o tema das sanções poderia ter surgido durante os telefonemas – alguns dos quais feitos ainda durante a campanha de Trump para as eleições presidenciais de 8 de Novembro.


Por esse facto, Flynn pediu desculpas ao vice-presidente Mike Pence [que o tinha defendido em várias ocasiões a respeito desta polémica], reconhecendo que lhe tinha fornecido "informação incompleta" sobre essas conversas. O tenente-general achou então, por bem, apresentar a sua demissão.


No dia seguinte (terça-feira), Kellyane Conway, conselheira da Casa Branca, declarou que Michael Flynn tinha a confiança de Trump – apesar de o presidente ter mantido o silêncio.

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