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Grupo brasileiro vai avaliar Económico Digital e ETV com opção de compra

O empresário brasileiro Mário Cuesta, do grupo Cereja Comunicação Digital, vai assinar um contrato para avaliar o Económico Digital e a Económico TV, com possibilidade de compra, confirmaram à Lusa o empresário e o presidente da Ongoing, Nuno Vasconcellos.

Pedro Elias
29 de Julho de 2016 às 22:57
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"Mário Cuesta deve assumir o Económico Digital e o Económico TV. A ideia é a contratação da empresa de consultoria de Mário Cuesta para sanar os problemas do Económico com uma intenção de compra futura do grupo", lê-se num comunicado enviado à agência Lusa pelo presidente da Ongoing, Nuno Vasconcellos (na foto).

 

O empresário brasileiro, detentor da MFC Consultoria, confirmou também à agência Lusa que chegou a acordo esta semana com o presidente da Ongoing, mas que o acordo só será finalizado na próxima semana.

 

"A minha empresa de consultoria está a ser contratada para avaliar a empresa e resolver os problemas, que ainda não sei quais são. Ainda não recebi nada. Ainda estou a fazer o contrato", disse o empresário.

 

O empresário brasileiro adiantou ainda que o contrato inclui "a opção de compra futura", como, aliás, acontece com todos os contratos de auditoria as empresas: "Em 2013, fui contratado pelo Diário de São Paulo e depois, no final tinha a opção de compra, e comprei", exemplificou, falando num jornal centenário que entretanto vendeu.

 

Antes do negócio agora anunciado, Mário Cuesta foi contratado por Nuno Vasconcellos no Brasil para fazer consultoria no portal iG e no grupo Igesa, que edita os jornais "O Dia" e "Meia Hora".

 

Apesar de reconhecer bastante interesse no negócio em Portugal, Mário Cuesta ressaltou que não sabe se será possível salvar a empresa, porque, apesar de ter conhecimento de que está em dificuldades, ainda não teve acesso aos números.

 

"No final de Agosto devo ir, pessoalmente, a Portugal assumir mais esse desafio", disse, frisando que nos casos de consultoria no exterior é ele quem faz pessoalmente toda a operação, em vez de enviar funcionários.

 

Mário Cuesta, que tem trabalhado nas áreas de consultoria e de informação, é ainda dono de empresas de outras áreas, como a editora RMC, a gráfica GMA e a Cereja Digital, empresa de media "out of home", que possui monitores de anúncios publicitários em pontos de vendas de retalho, segundo a imprensa brasileira.

 

No mês passado, de acordo com o Diário de São Paulo, Mário Cuesta lançou a empresa Quadrado, que presta serviços de comunicação, marketing especializado e consultoria para empresas de media.

 

Hoje é o último dia em funções dos directores interinos do Económico, Mónica Silvares e Filipe Alves, que se demitiram face à deterioração acentuada das condições de trabalho e ao impasse no processo de venda do Etv e do Económico Digital, depois da Megafin - proprietária do jornal Oje - ter desistido do negócio, quatro meses após ter apresentado a proposta.

 

Fonte da empresa adianta à Lusa que o Etv e o Económico Digital devem manter-se operacionais.

 

Em Março passado, a edição em papel foi suspensa, por falta de meios financeiros e humanos para assegurar a sua continuidade, continuando o 'online' e o canal de televisão a funcionar com uma equipa reduzida, que resistiu a vários meses de salários e subsídios em atraso.

 

O presidente da Ongoing mandatou no verão passado o Haitong (antigo BES Investimento) para encontrar interessados no grupo, mas um passivo de cerca de 30 milhões de euros, e dívidas ao Fisco, à Segurança Social, a fornecedores e aos trabalhadores terão afastado potenciais investidores.

 

Chegaram a ser referidos alguns interessados, de origem angolana, mas o processo acabou por não se concretizar e avançou um Processo Especial de Revitalização (PER), um projecto de recuperação de devedores em situação económica difícil.

 

Comprado em 2008 pela Ongoing à espanhola Recoletos por 27,5 milhões de euros - numa altura em que além do diário, a empresa detinha também o "Semanário Económico", entretanto encerrado -, o "Económico" viu a sua situação financeira desequilibrar-se progressivamente a partir de 2011, que se agravou, a partir do verão de 2014, com a implosão do BES e da Portugal Telecom que eram as principais fontes de financiamento da Ongoing. 

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