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Sonae Indústria quer fechar mais uma fábrica, desta vez em Espanha

A empresa quer negociar com sindicatos o encerramento de fábrica em Pontevedra, onde trabalham 60 colaboradores. As perdas são a justificação para o fecho da unidade que, a ser encerrada, será a terceira de 2014.

13.º- Belmiro de Azevedo
Ascensão de Paulo acompanha a descida de Belmiro, que entrega cada vez mais a influência ao filho.
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A Sonae Indústria quer fechar mais uma fábrica. A intenção da empresa cujo último detentor é Belmiro de Azevedo é a de encerrar a unidade fabril de Pontecaldelas, em Pontevedra, Espanha, devido às perdas que aí vem registando.

 

"A Sonae Indústria, SGPS, S.A. informa que a sua subsidiária Tafisa – Tableros de Fibras SA, comunicou a sua intenção de entrar em negociações com os trabalhadores e os sindicatos com vista ao encerramento da sua fábrica localizada em Pontecaldelas (Espanha)", indica a companhia de derivados de madeira em comunicado emitido através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

De acordo com a mesma fonte, a unidade fabril que a Sonae Indústria quer encerrar emprega 60 colaboradores e é especializada em produtos de pavimentos laminados – uma produção que se iniciou em 1987. A capacidade de produção anual de pavimentos laminados naquela infra-estrutura é de 4 milhões de metros quadrados. A empresa liderada por Rui Correia "tem a intenção de continuar a fornecer os produtos de pavimentos laminados aos seus actuais clientes".

 

Apesar de não avançar com números, a Sonae Indústria sublinha que a decisão de encetar negociações com os trabalhadores e sindicatos se deve às "contínuas perdas que têm vindo a ser registadas nesta actividade, em resultado da fraca procura de pavimentos laminados".

 

Segundo fecho em Espanha em dois anos

 
Acções caem 6%
As acções da Sonae Indústria estão a resvalar 6,26% para os 0,404 euros na sessão desta segunda-feira da Bolsa de Lisboa. Já desceram ao valor mais baixo desde Junho de 2012.
 
Nos últimos dias, as quedas têm sido intensas, sob pressão do aumento de capital que se vai realizar em Julho.

 

A empresa tem vindo a encerrar as fábricas que geram perdas, optando por concentrar a produção "nas unidades mais eficientes e lucrativas". Já este ano, a Sonae Indústria concretizou a venda de duas fábricas em França. A concretizar-se a operação de encerramento desta unidade espanhola, ficarão a operar 21 fábricas do grupo. Em Espanha, o número fica reduzido para três. Em Janeiro de 2013, havia sido encerrada a fábrica de Solsona. 

 

A fábrica de Pontecaldelas era uma excepção da Sonae Indústria no fabrico de aglomerados, já que todas as outras operações estavam certificadas de acordo com as normas de cadeia de responsabilidade e de madeira controlada do FSC (Forest Stewardship Council). No relatório e contas de 2013 estava inscrito que o plano para a certificação de Pontecaldelas estaria programada para este ano. Agora, o plano é encerrá-la.

 

No primeiro trimestre de 2014, o grupo acumulou prejuízos de 26 milhões de euros, mais 10 milhões que em igual período do ano passado.

 
Espanha perde fábrica mas continua terceiro mercado

A Sonae Indústria está presente em seis países, divididos por três continentes. No final de 2013, a empresa contava com 24 fábricas. Neste momento, após a alienação de duas unidades francesas, está presente com 22. A intenção de fechar a fábrica espanhola de Pontecaldelas pode levar o número para 21.

 

Em Portugal, a empresa fundada em 1959 conta com as unidades de Alcanede, Castelo de Paiva, Maia, Mangualde, Oliveira do Hospital, Sines e Vilela Paredes.

 

A Europa é o continente que tem um maior peso físico na Sonae Indústria: Portugal (sete fábricas), Alemanha (seis), Espanha (quatro – três, caso se concretize a venda) e França (duas). África do Sul representa o mercado africano (duas). Na América, encontra-se no Canadá (uma).

 

Incluindo ainda as duas unidades francesas agora alienadas, e contabilizando os 4.170 funcionários de então, a Sonae Indústria gerou 1.232 milhões de euros em 2013, menos 7% do que no ano anterior. Contudo, o prejuízo passou de 99 para 78 milhões de euros.

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