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Situação de Angola faz Central de Cervejas rever estratégia

Dona da Sagres está a registar “variação negativa” nas vendas de cerveja para aquele mercado este ano, fruto da “falta de divisas” em Angola. A situação é generalizada, garante a Central de Cervejas.

Bloomberg
13 de Maio de 2015 às 16:43
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A Sociedade Central de Cervejas, fabricante da Sagres e dona da marca de águas Luso, regista em 2015, até ao momento, uma "variação negativa" das vendas de cerveja no mercado angolano, face aos primeiros quatro meses e 2014, avançou esta quinta-feira, 13 de Maio, Nuno Pinto Magalhães, director de relações corporativas da SCC.

 

Primeiro foi o anúncio da introdução de quotas de importação de produtos agro-alimentares estrangeiros em Angola, cujo arranque contudo acabou por ser adiada sem data.

 

Mas agora, adianta o mesmo responsável, a questão é mesmo "falta de divisas", o que está a afectar exportadores para aquele país, e os próprios operadores instalados no mercado, fruto da queda do preço do petróleo e consequente redução de receitas para o Estado angolano. "Há uma queda generalizada de todas as categorias" de consumo, resumiu o mesmo responsável, em encontro realizado com a comunicação social.

 

A SCC exporta 20% do volume de cerveja que vende anualmente, produzida na unidade de Vialonga (294 milhões de litros em 2014). No último exercício, metade das vendas externas, cerca de 10% do total (30 milhões de litros), teve como destino Angola. O grupo não revelou valores das vendas.

 

O peso que o mercado angolano tem nas vendas internacionais da fabricante da Sagres acabou, afirmou ainda Pinto Magalhães, por fazer uma revisão da estratégia internacional da Central de Cervejas para este ano, consolidando um alargamento de mercados. Com reforço de mercados onde as "coisas estão a correr bem" como o Reino Unido, Luxemburgo, Suíça e Brasil (ainda que este seja um projecto piloto), mas também em mercados mais recentes, como a Guiné-Bissau. E está a fazer a SCC procurar "novos mercados", nomeadamente no Médio Oriente.  

 

HoReCa recupera em Portugal

 

No mercado doméstico, a Central de Cervejas descreve o comportamento do mercado como "estável, com um ligeiro aumento" em 2014. Há, em 2015, uma continuidade do já verificado no ano passado: que o consumo do canal alimentar (feito através dos super e hipermercados e com consumo em casa) está estagnado ou mesmo com "quebras" em certos segmentos de bebidas.

 

O que está a recuperar, afirmou Pinto Magalhães, é o canal HoReCa, referente às vendas em hotéis, restaurantes e cafés, que tem vindo a demonstrar "grande vitalidade, mesmo com o aumento do IVA" de 13% para 23% a 1 de Janeiro de 2012, impulsionado pelo turismo que Lisboa e o Porto tem vindo a verificar.

 

Na Central de Cervejas, Pinto Magalhães destacou sobretudo o peso da inovação no desempenho da companhia, em 2014: o factor inovação representou 8% do total do volume vendido pela SCC.

 

No segmento das águas, este indicador passou para 20% do volume vendido sob a marca Luso, com a Luso Fruta (lançada em 2013), a Luso Tea (lançada em 2014). A inovação prolongou-se já este ano neste segmento, com o lançamento da Luso com gás e Luso com gás limão, já em 2015.  

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