O setor da cortiça tem mantido os níveis de produção apesar da epidemia da covid-19 mas prevê que venha a sofrer uma quebra cuja dimensão ainda não é passível de ser estimada, refere esta quarta-feira a Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR).

A APCOR indica que "no global, a atividade produtiva dos associados mantém-se, mas é expectável que o decréscimo em sectores importantes como o turismo e a restauração venha a ter impacto". No entanto, nota, "ninguém tem neste momento, métricas fiáveis de avaliação".

A associação assinala que o setor tem "implementadas uma série de iniciativas importantes, em alguns casos desde há várias semanas".

Entre estas, destaca "as 'quarentenas voluntárias' para os colaboradores que, há semanas, regressavam do estrangeiro, assim como a suspensão, também desde há várias semanas, de viagens para fora de Portugal".

Já mais recentemente foram adotadas medidas mais rigorosas, incluindo "o desfasamento de horários que evitam aglomerações de pessoas, restrições ou até a proibição de visitas externas às unidades de produção, o reforço da desinfeção de pontos chave das instalações das empresas, a comunicação continuada com os colaboradores ou a implementação de planos de contingência".

A APCOR sublinha estar empenhada em "manter a integridade das cadeias de fornecimento das quais os nossos clientes dependem". E refere que "se, em alguns sectores a desaceleração já existe, há outros onde os clientes nos pedem que asseguremos a continuidade das operações de produção".

Por último, a associação diz estar a analisar detalhadamente as medidas anunciadas pelo Governo, considerando que algumas terão "de ser melhor detalhadas, quer na forma, quer na sua aplicação e serão certamente, como o momento obriga, reavaliadas e ajustadas nos próximos tempos".