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Sampedro faz 100 anos e continua pujante na cama, mesa e banho

A mais antiga fabricante nacional de têxteis-lar no ativo, que emprega 160 pessoas e acaba de concluir um investimento de 15 milhões de euros, fechou 2020 a crescer 17% nas vendas de roupa de cama, mesa e banho para 18 milhões de euros, com as exportações a valerem 89% do total.

Rui Neves ruineves@negocios.pt 29 de Janeiro de 2021 às 20:17

Em 1921,com a Europa ainda a lamber as feridas da I Guerra Mundial, Álvaro Machado, professor universitário, e o seu irmão Eduardo Rodrigues Machado, antigo oficial miliciano, juntavam-se a Luís Eugénio D' Oliveira Braga, comerciante no Porto, para fundar a Sampedro, em Guimarães, onde a indústria têxtil, por esta altura, já impulsionava a região minhota.

 

A empresa começou por se dedicar à roupa de cama, que ainda hoje representa o grosso das suas vendas. E foi a primeira, em Portugal, a produzir pano de lençol em xadrez, riscas e estampado. Mais tarde, passou também a produzir roupa de mesa e banho.  

 

A Sampedro esteve centrada no mercado português até à entrada do novo século, quando, vendo alguns clientes a fechar, decidiu partir à conquista de mercados internacionais.

 

E tudo mudou. Hoje vende para três dezenas e meia de países, como o Reino Unido, Estados Unidos, Suíça, Suécia, Espanha ou França, que as exportações a valerem 89% da sua faturação, que chegou aos 18 milhões de euros no pandémico ano de 2020.

 

Uma cifra que representou um crescimento vigoroso de 16,7% face às vendas registadas no ano anterior, com os têxteis de cama a gerar 85% do total.

 

Quando a economia mundial está em a atravessar uma profunda recessão, e o setor têxtil português vive momentos muito difíceis, a que se deve esta pujança da Sampedro? "O lar tem assumido, nestes últimos anos, um papel central, e todos os pormenores são importantes para nos fazerem sentir bem e mais felizes. Efetivamente, nos meses de confinamento, assistimos a um crescimento significativo das vendas", começou por afirmar ao Negócios o presidente da Sampedro.

 

"O facto de as pessoas estarem retidas em casa levou a que muitas aproveitassem estes momentos para fazer remodelações e modernizações no lar. Os artigos de cama, banho e mesa foram de facto um dos pormenores que mereceram a atenção por parte dos consumidores", explicou Simão Gomes, que chegou a estudar Medicina mas acabou por se licenciar em Engenharia Têxtil, juntando-se à família e assumindo a liderança da empresa.

A especialista em roupa de cama, a que junta toalhas de mesa e felpos, faz 100 anos em 2021 e continua nas mãos da mesma família, que está já na quarta geração, garantindo que "está preparada para mais 100 anos a liderar a indústria têxtil".

 

Investe 15 milhões e conta exportar mais em 2021

 

Nesse sentido, acaba de concluir o plano de renovação e inovação de todas as áreas do seu centro de produção, num investimento de 15 milhões de euros, que passou pela melhoria de todo o seu método produtivo, desde os processos de tecelagem, tinturaria (em peça, em fio e em contínuo), estamparia, acabamentos e confeção.

 

"Somos uma empresa com capacidade de investimento e com uma sólida posição nos mercados internacionais, exportamos atualmente para 36 países, o que revela que estamos no caminho certo. Somos uma empresa que gera negócio e riqueza para o país, que privilegia o pequeno cliente e a venda personalizada em detrimento da venda em massa. E, o mais importante de tudo, somos uma empresa que cria e valoriza o emprego", enfatiza Simão Gomes.

 

Entretanto, a empresa "dá início a novos projetos para um futuro a curto prazo".

 

"Queremos melhorar ainda mais as condições de trabalho de todos os colaboradores, aumentar a capacidade produtiva instalada, incrementar a eficiência e flexibilidade dos seus processos", assim como "investir em novas unidades produtivas cujos serviços estão a subcontratar ao exterior e investir em modelos globais de recuperações e racionalização energéticas que tornem a empresa autossuficiente", revelou o presidente da Sampedro, em comunicado.

 

E previsões para 2021? "Se a situação pandémica permitir, as perspetivas de crescimento das vendas são de 5%", atirou Simão Gomes.

 

  

 

 

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