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Red Oak faliu com dívidas de 10 milhões e foi comprada por 100 mil euros

A marca de vestuário Red Oak, que faliu em 2014 com dívidas da ordem dos 10 milhões de euros, foi comprada por 100 mil euros por um dos seus credores, a Abilheira & Cunha Têxteis, e voltará ao mercado em Setembro.

Albino Abilheira lidera a empresa que decidiu apostar no relançamento da marca de vestuário Red Oak.
18 de Julho de 2018 às 22:00
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A Red Oak, que faliu em 2014 às mãos, entre outros accionistas, do ex-presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), João Costa, vai voltar às lojas portuguesas. "Após um longo processo de dois anos e meio, que passou pela aquisição da marca, desenvolvimento de design e conceptualização, a Red Oak irá apresentar-se ao mercado com a próxima colecção Primavera/Verão 2019 em Setembro", adiantou, ao Negócios, Albino Abilheira, proprietário da Abilheira & Cunha Têxteis.

Credora da Red Oak, a Abilheira acabou por comprar a insígnia em sede de liquidação da empresa. "Inicialmente, queriam muito dinheiro, pelo que não conseguiram vender em leilão. Acabámos por adquirir a marca e os stocks de roupa, em meados de 2016, por pouco mais de 100 mil euros", revelou o empresário.

Fornecedor da marca "nos últimos quatro anos" do primeiro ciclo de vida da Red Oak, Albino Abilheira fundou a sua decisão no "carinho" pela insígnia e no potencial do negócio. As expectativas são altas: "Queremos ‘fazer’ meio milhão de euros com a primeira colecção e chegar, dentro de cinco anos, aos seis milhões de euros, que era quanto a Red Oak facturava quando estava ‘a bombar’", contou Abilheira.

Internacionalizar a marca Red Oak é ponto assente. Porque é lá fora que está a ‘massa’. Tenho a expectativa de chegar a uma facturação de seis milhões de euros dentro de cinco anos. albino abilheira
Proprietário da Abilheira & Cunha Têxteis

Para lá chegar, a estratégia do empresário de Barcelos passa por criar uma loja virtual – "o online é o futuro" –, marcar presença em lojas multimarca em Portugal e, "mais tarde", expandir-se para os mercados externos. "Internacionalizar a Red Oak é ponto assente. Porque é lá fora que está a ‘massa’", justificou. Para já, com a apresentação da colecção marcada para o final de Setembro, no Modtissimo, salão da fileira têxtil e moda, na Alfândega do Porto, a empresa contabiliza já "80 lojas multimarca no país interessadas na marca".

E o que é que diferencia a nova do antiga linha Red Oak? "A nova colecção é mais moderna, tem em conta as novas tendências, sendo roupa para homem e senhora de alta qualidade", garantiu Abilheira. Os preços de venda ao público irão variar entre os 39 euros das t-shirts e os 290 euros do casaco em burel (o tecido usado nos abafos dos pastores da serra da Estrela), enquanto os pólos rondarão os 55 euros.

A Red Oak, criada em 2008 e que chegou a ter uma dúzia e meia de lojas, faliu com dívidas da ordem dos 10 milhões de euros. O Estado era o segundo maior credor – os créditos da Segurança Social totalizavam 1,1 milhões de euros e os do fisco 443 mil euros. O falido BES tinha a haver 1,84 milhões.

Segundo Abilheira, a sua empresa ficou "a arder" com "mais de 300 mil euros", somando para o efeito os créditos na Red Oak e na Throttleman, que era controlada pela mesma empresa, a Brasopi, e faliu na mesma altura – com dívidas de 35 milhões de euros – e cuja marca acabou por ser adquirida em 2015 pela têxtil Crivedi.

Very Important Portuguese

Nascido em Barcelos em 29 de Fevereiro de 1968, Albino Abilheira começou a trabalhar aos 15 anos, numa empresa têxtil, e aos 18 tornou-se empresário. A sua empresa, que fabrica tecidos e vestuário, emprega actualmente duas dúzias de pessoas, dando ainda trabalho "a mais 55 de outras empresas". Facturou "cerca de 2,5 milhões de euros" no ano passado, "80% dos quais no mercado francês". A Abilheira tem também "os direitos de fabrico, distribuição e exploração da loja online" da VIP – Very Important Portuguese, uma marca de roupa inspirada em Portugal e criada por um empresário luso-descendente francês, Franco Costa.

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