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Presidente da ATIC diz que custo do cimento já subiu mais de 20% este ano
O presidente da Associação Técnica da Indústria de Cimento e CEO da Cimpor considera insuficientes os apoios que têm sido disponibilizados pelo Governo ao setor, que além de reduzir margens já teve de subir preços aos consumidores.
O presidente da ATIC-Associação Técnica da Indústria de Cimento e CEO da Cimpor Portugal e Cabo Verde garante que neste momento o cimento custa mais de 20% do que no início deste ano, devido ao impacto da subida dos custos das energias nesta indústria.
Em entrevista ao Negócios e Antena 1, Luís Fernandes explica que em dois anos o preço do megawatt/hora triplicou e salienta que as medidas que o Governo tem vindo a introduzir permitiram apenas compensar 10% desse custo.
O preço, diz ainda, tem vindo a ser refletido no consumidor final mas empresas como a Cimpor fizeram também uma redução das margens de lucro.
Na entrevista, Luís Fernandes salienta que a indústria cimenteira pretende fazer o seu caminho cumprindo as metas para a descarbonização e para o efeito conta com as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Portugal 2030.
As cimenteiras estão neste momento a trabalhar na produção do chamado "cimento verde", em processos que visam aumentar a eficiência dos fornos, nomeadamente com a utilização dos gases quentes para a produção de energia elétrica, sendo que a Cimpor conta no próximo ano ter já fábricas a trabalhar dessa forma porque se isso não avançar o futuro do setor está em risco, alerta.
Já quanto aos projetos que candidatou ao PRR no sentido da descarbonização, avisa que para que não fiquem por concretizar é necessária mais celeridade e menos burocracia nos licenciamentos.