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Mtex de Famalicão investe oito milhões num dragão vermelho e contrata 40 pessoas
A empresa do grupo New Solution Engineering investiu oito milhões de euros para impressionar o mundo com a sua tecnologia. Desenvolveu uma nova máquina que faz impressão digital de tecidos e malhas a uma velocidade de 500 metros por hora e prevê facturar 22 milhões de euros.
Em Esmeriz, no concelho de Famalicão, mora uma empresa que está a investir fortemente no desenvolvimento e produção de dragões, águias e leões, nomes de inspiração clubística para máquinas de última geração de impressão digital para o mercado global têxtil.
No espaço de uma década, a Mtex, do grupo New Solution Engineering, deixou de construir máquinas a partir de tecnologia importada, passando a desenvolver a sua própria tecnologia. O ponto de viragem aconteceu no ano passado, com um investimento de oito milhões de euros nas suas instalações fabris.
Uma viragem de sucesso, a julgar pelos resultados: a Dragon só vai ser mundialmente apresentada em Maio, numa feira na Alemanha, mas já recebeu uma dezena de reservas de um grupo restrito de clientes (20 empresas de 15 países), que visitou o "show-room" da empresa há uma semana.
A Dragon é uma máquina de sublimação com transfer para calandra que faz impressão digital de tecidos e malhas a uma velocidade superior a 500 metros por hora.
"Aqui desenham-se e desenvolvem-se projectos de engenharia, experimentam-se protótipos e constroem-se máquinas de impressão digital têxtil de última geração. Somos os melhores. E estamos já a preparar outras máquinas, com tecnologia idêntica à da Dragon, para apresentar em 2020", afirmou Eloi Ferreira, administrador da empresa, durante a visita que o presidente da Câmara de Famalicão fez, esta segunda-feira, às instalações do grupo.
Além da Dragon (de cor vermelha) e da Eagle, que custam entre 120 mil e 190 mil euros, a Mtex também tem a nova Lion, que irá ser apresentada a 15 de Maio, em Berlim, na maior feira mundial de máquinas de impressão digital e têxtil - a FESPA.
"Estou impressionado. Percebe-se que estamos perante uma empresa de ambições à escala global. A empresa foi criada no início desta década para construir máquinas a partir de tecnologia importada, mas em menos de 10 anos passou a produzir e a desenvolver a sua própria tecnologia [com o apoio da Panasonic]", enfatizou o autarca Paulo Cunha, em comunicado.
O sector têxtil representa cerca de dois terços do negócio da Mtex, enquanto o restante, sob a marca New Solution, é gerado pela venda de máquinas para etiquetas e embalagens.
A actividade da Mtex está sobretudo centrada na exportação, tendo como destinos mais interessantes os mercados do Leste Europeu, como a Roménia, Hungria e Eslovénia, chegando também já a países asiáticos como o Paquistão e as Filipinas.
A Mtex fechou o último exercício com uma facturação de 14 milhões de euros e espera atingir os 22 milhões este ano. Contando actualmente com 110 trabalhadores, entre os quais 22 engenheiros, a chamada equipa de protótipos e tecnologia, prevê fechar o ano em curso com um total de 150 efectivos.