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Lucro da Altri recua quase 60% para 28 milhões até junho

O abrandamento da procura de pasta na Europa levou as receitas totais do grupo a recuarem 18,2% no primeiro semestre deste ano, período em que quase duplicou o investimento.

José de Pina
Peter Spark
27 de Julho de 2023 às 18:13
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A Altri registou no primeiro semestre deste ano um lucro de 28 milhões de euros, o que representa um recuo de 59,8% face aos 69,6 milhões apresentados no mesmo período de 2022. 

Em comunicado, o grupo refere que até junho as receitas totais atingiram 426,6 milhões de euros, menos 18,2% face ao período homólogo, o que atribui "a uma rápida evolução negativa dos preços da pasta hardwood, consequência de uma diminuição na procura global de pasta, que acabou também por afetar os volumes vendidos".

Na primeira metade do ano as vendas recuaram, em volume, 10,8% em comparação com o período homólogo, devido "ao efeito de destocking, em consequência do abrandamento global da procura de pasta", acrescenta.

O EBITDA atingiu os 81,2 milhões de euros, menos 37,9% do que há um ano.


O investimento, por seu lado, quase duplicou para 36,2 milhões de euros nos primeiros seis meses, aí se incluindo cerca de 14,2 milhões relacionados com a nova caldeira de biomassa para a unidade industrial Caima.

"Perante o forte aumento do investimento (92,5%), mas também a distribuição de um dividendo em numerário, a dívida líquida do grupo Altri ascendeu a 401 milhões de euros, o que equivale a um rácio de dívida líquida/EBITDA de 1,6x", refere ainda a produtora de pasta, considerando que este rácio lhe permite "continuar o esforço de melhoria da eficiência e sustentabilidade das unidades industriais, mas também agarrar as oportunidades criadas pela bioeconomia".


José Soares de Pina, CEO da Altri, salienta na mensagem que acompanha a divulgação dos resultados semestrais, que "continuamos a assistir ao ajustamento do mercado da pasta e papel: ao mesmo tempo que observamos sinais de retoma por parte de um dos grandes consumidores mundiais, a China, enfrentamos um contexto de destocking e fraca procura na Europa". Um processo, acrescenta, que "leva a uma recalibração entre a procura e a oferta, com a consequente quebra nos preços".


O responsável admite que este contexto obriga o grupo a "manter uma postura de prudência" e a reforçar  a otimização das operações. "Estamos a fazê-lo de duas formas: trabalhando no sentido de acelerar a tendência de descida dos custos de produção, mas também através da adequação dos nossos volumes de produção à procura real de mercado", frisa.


Ao nível dos custos de produção, o CEO diz continuar a trabalhar para manter a tendência de descida dos custos na segunda metade de 2023, nomeadamente dos encargos suportados com a madeira, os produtos químicos e a energia, assim como na contenção dos custos fixos.


Complementarmente, acrescenta, "esperamos ainda durante este ano avançar com um reforço da geração de energia elétrica através da instalação de unidades de produção de energia elétrica fotovoltaica".


"O investimento na caldeira de biomassa da Caima, que representa mais de um terço do total de 36,2 milhões de euros do investimento pago apenas durante os primeiros seis meses de 2023, permite-nos não só reduzir custos como também avançar de forma consistente no nosso compromisso de eliminação dos combustíveis fosseis", refere ainda José Soares de Pina, dando nota que o excedente de produção de energia elétrica deste ativo será vendido à rede pública.


Sobre o projeto Gama, para a produção de fibras sustentáveis para a indústria têxtil, na Galiza, o CEO refere apenas que "continuamos a trabalhar nas várias frentes para que possamos tomar a decisão final de investimento até ao final de 2023".

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