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Continental põe 30 mil empregos em risco com Portugal de fora

O grupo alemão, que emprega em Portugal cerca de 3.600 pessoas, das quais mais de dois terços na Continental Mabor, anunciou um plano de reestruturação que vai afetar 30 mil dos seus 232 mil trabalhadores, tendo já sinalizado o encerramento de fábricas.

A fabricante de pneus continua a ser a quinta maior exportadora do país. Do volume total de pneus vendidos cerca de 98% tiveram como destino a exportação para 67 países em 2017.
30 de Setembro de 2020 às 15:59
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"Emocionalmente estamos solidários com os colegas da Alemanha. As razões destas decisões são claras", reagiu Pedro Carreira, presidente da Continental Mabor, fabricante de pneus de Famalicão que emprega 2.300 dos cerca de 3.600 trabalhadores do grupo alemão Continental em Portugal.  

 

Em causa está a reestruturação da Continental, anunciada esta quarta-feira pelo conselho de supervisão do grupo, que irá afetar 30 mil trabalhadores, dos quais 13 mil na Alemanha, onde serão encerradas, por exemplo, as fábricas localizadas em Aachen e em Karben, entre 2021 e 2024.

 

As medidas drásticas anunciadas pela Continental  vão afetar várias áreas do grupo, com grande incidência na de produção de pneus, mas deverá deixar Portugal de fora.

 

"As decisões tomadas hoje pelo conselho de supervisão não incluem Portugal", garantiu o presidente da Continental Mabor, em declarações ao Negócios.

 

"No total, cerca de 30 mil empregos serão afetados em todo o mundo", o que "não significa automaticamente que haverá 30 mil layoff’s, que são sempre nosso último recurso", ressalvou Elmar Degenhart, CEO da Continental, em comunicado.

 

"Portanto, vamos agora trabalhar em conjunto com os representantes dos funcionários para encontrar soluções que apoiem os funcionários afetados pelas mudanças e aumentem as suas perspetivas de emprego", afirmou Degenhart.

A mais drástica das decisões passa pelo encerramento da fábrica de pneus de Aachen, a ocorrer no final do próximo ano e que afetará cerca de 1.800 dos cerca de dois mil postos de trabalho aí localizados.

 

"A interrupção da produção de pneus em Aachen é uma etapa dolorosa para os funcionários afetados. Não foi uma decisão fácil. No entanto, não vemos uma reversão da tendência na utilização da capacidade nos próximos cinco a dez anos - prevemos uma capacidade não utilizada de cerca de 15 milhões de pneus na Europa a longo prazo se não agirmos agora ", explicou Philipp von Hirschheydt, um dos responsáveis pelo segmento de pneus da multinacional germânica.

 

"Só se continuarmos a reduzir de forma consistente as sobrecapacidades estruturais é que seremos capazes de ter sucesso e mantermo-nos competitivos a longo prazo neste mercado de pneus altamente competitivo", defendeu o mesmo gestor.

 

De resto, a Continental realça que estas mudanças no mercado automóvel mundial "foram aceleradas pela pandemia da covid-19", que está "a agravar a situação".

 

A Continental promete fornecer mais detalhes sobre o seu plano de reestruturação em dezembro próximo.


(Notícia atualizada às 16:12)

 

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