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Canábis torna-se um grande mercado para empresa de iluminação

A maior empresa de iluminação do mundo vende equipamentos para o setor da horticultura há décadas, tendo construído o seu negócio equipando estufas para o cultivo de plantas como tomate, alface e rosas. Ultimamente, a procura por um novo cultivo entrou em cena: a canábis.

Bloomberg
02 de Março de 2019 às 12:00
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Um "boom" da canábis, que começou há alguns anos durante os preparativos para a legalização no Canadá, no Uruguai e em alguns estados dos EUA, está a estimular as vendas de equipamentos como as chamadas luzes de cultivo. As mudanças na legislação e o aumento do consumo levaram os agricultores a procurar, com estufas, um cultivo mais controlado e mais eficiente em termos de energia.

 

"Onde está legalizado, nós participamos", disse Eric Rondolat, CEO da Signify, companhia derivada da Royal Philips, que tem sede em Amesterdão. "No mundo inteiro, vemos uma evolução na mentalidade sobre a produção de canábis."

 

A disposição de Rondolat para falar sobre canábis e a Signify também é um sinal de mudança. A fabricante obtém a maior parte da sua receita anual de 6,4 mil milhões de euros com produtos mais comuns, como iluminação doméstica e de rua. Até há alguns anos, vender equipamentos especializados para cultivar canábis medicinal não era algo que a empresa procurasse divulgar.

 

"Ultimamente, observamos um grande crescimento com a legalização da canábis e vemos isso também através da nossa atividade", disse Rondolat numa entrevista.

 

"Boom" de estufas

O negócio mais vigoroso da Signify é respaldado por projeções. O mercado de iluminação para horticultura deve crescer de 2,1 mil milhões de dólares em 2017 para 6,2 mil milhões até 2023, em parte devido à legalização da canábis para fins medicinais, segundo a empresa de consultoria Markets and Markets.

 

"Estamos apenas no começo do boom das estufas na Europa e ainda num estágio bastante inicial na América do Norte", disse Alex Brooks, analista da Canaccord Genuity, por e-mail.

 

Benefícios para empresas como a Signify são um sinal de que a corrida da canábis está a alimentar a cadeia de abastecimento da indústria, com grandes empresas dos mercados de bebidas alcoólicas e tabaco a aumentarem também o investimento. A companhia holandesa não é a única fabricante de luzes a entrar neste espaço.

 

As projeções para o crescimento global no setor de canábis são atraentes. O grupo do setor Prohibition Partners disse que mais de 50 países legalizaram a canábis para fins medicinais e que cerca de 10 outros devem juntar-se a esta lista este ano. O Reino Unido recebeu recentemente o seu primeiro lote a granel da Holanda depois da legalização da canábis receitada no ano passado.

 

"Este já é um tamanho de mercado substancial e com uma perspetiva muito interessante daqui para a frente", disse Rondolat. Para os investidores, é difícil perceber que diferença isto poderá fazer. A empresa não especifica os lucros obtidos com a iluminação para estufas nem com a venda de equipamento especializado para a produção de canábis. E o CEO preferiu não fornecer detalhes.

 

(Texto original: Weed Is Growing Into a Big Market for This Dutch Lighting Firm)

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