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Bisneto do fundador compra Ach Brito a fundo do Novo Banco

Sete anos depois de ter vendido, a uma capital de risco, o controlo da mais antiga fabricante de sabonetes e produtos de perfumaria, Aquiles de Brito volta a deter integralmente a centenária empresa, tendo fechado o negócio, há poucos dias, com o FCR PME Novo Banco.

Aquiles de Brito volta a controlar a empresa fundada pelo seu bisavô.
Rui Neves ruineves@negocios.pt 02 de Novembro de 2022 às 18:51

"De regresso a casa. É com muito orgulho que anunciamos que a Ach Brito volta a ser integralmente detida pela família que lhe deu origem e emprestou o nome, na pessoa de Aquiles de Brito, bisneto do fundador da empresa", revelou a empresa, nas redes sociais.

 

"Mal podemos esperar pelos próximos capítulos desta história centenária, que continuaremos a escrever com os mesmos valores, ambição e dedicação que nos conduziram até aqui. Com a mesma assinatura de sempre", promete a Ach Brito, a mais antiga fabricante de sabonetes e produtos de perfumaria.

 

A operação de retomada de 100% da empresa por Aquiles Brito – noticiada inicialmente pelo jornal digital Eco - foi confirmada ao Negócios por fonte oficial do Haitong Bank, porquanto é o Haitong Global Asset Management que gere o FCR PME Novo Banco, fundo que detinha 100% da Ach Brito.

 

O negócio foi fechado "nos últimos dias" e acontece pouco mais de duas semanas depois de o Negócios ter revelado que este fundo tinha passado a controlar integralmente a Ach Brito.

Foi em 1986 que, juntamente com a irmã, Aquiles de Brito adquiriu a totalidade do capital da Ach Brito ao tio, tendo no final de 2015 cedido o controlo da empresa à capital de risco Menlo, que ficou com cerca de 65% do capital, reduzindo a sua participação para apenas 20%.

 

Entretanto, atingida a maturidade dos suprimentos (empréstimos de sócios à empresa) convertíveis concedidos pelo FCR PME Novo Banco, sem que a empresa tivesse fôlego financeiro para fazer o seu reembolso (num total de 1,5 milhões de euros), aqueles foram convertidos em capital.

 

Resultado: as ações da Menlo Capital e de Aquiles de Brito ficaram reduzidas a zero, com o fundo a ficar com 100% da empresa, tendo a transação sido fechada pelo valor simólico de um euro.

 

Agora, tudo mudou, com o representante da quarta geração da família fundadora da Ach Brito a tomar novamente em mãos os destinos da companhia, que tem fábrica em Vila do Conde e emprega cerca de 80 pessoas. Não conseguimos saber o valor da transação.

 

Empresa acumulou prejuízos de dois milhões de euros nos últimos dois anos

 

Assumindo-se como uma marca "lifestyle" de luxo, tendo ganho um grande "boost" global quando foi citada pela estrela televisiva norte-americana Oprah Winfrey, a Claus Porto abriu a sua primeira loja logo no ano seguinte, em Lisboa, onde tem atualmente duas, e uma no Porto, na Rua das Flores, em 2017. E, assim, conseguiu fechar 2019 com uma faturação de 5,8 milhões de euros.

 

Muito dependente dos mercados externos, que valem metade da faturação, e do turismo, que gera 80% das vendas da Claus Porto em Portugal, a Ach Brito entrou em sufoco com a chegada da pandemia de covid-19.

 

As receitas caíram para 3,8 milhões de euros em 2020, tendo recuperado para 4,5 milhões no ano passado. E acumulou prejuízos de quase dois milhões de euros nos dois últimos exercícios.

 

A origem da Ach Brito remonta a 1887, quando dois alemães, Ferdinand Claus e Georges Schweder, decidem criar no Porto aquela que seria a primeira fábrica portuguesa de sabonetes e perfumes. Em 1903, Achilles de Brito torna-se sócio da empresa, tendo mais tarde fundado a Ach Brito e adquirido os ativos da Claus & Schweder.

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