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Murray Cox, o ativista que tenta desmascarar o Airbnb

Murray Cox sorriu-se quando foi convidado para uma reunião com representantes do Airbnb no centro de Manhattan, em fevereiro.

Demetrius Freeman/Bloomberg
01 de Junho de 2019 às 17:00
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Há quatro anos, Murray Cox tem publicado informações que retratam o Airbnb como um vilão do mercado imobiliário nas grandes cidades, mas a empresa nunca tinha entrado em contato com ele. Foi marcado um encontro numa sala de reuniões da WeWork na Broadway, do outro lado da rua onde fica o escritório do Airbnb, em Nova Iorque. A localização era adequada? Perguntou o Airbnb a Cox. "Bem, sim", pensou Cox, ou ele poderia simplesmente descer as escadas, já que trabalha no mesmo prédio do Airbnb, perto o suficiente para se ligar ao Wi-Fi da empresa.

 

Durante o dia, Cox trabalha no 27.º andar de um arranha-céu empresarial como vice-presidente de uma start-up de tecnologia, disfarçadamente apanhando o mesmo elevador do que os funcionários do Airbnb, que ficam no 26.º andar. À noite, o executivo de 46 anos senta-se no seu sofá em Brooklyn para correr o site do Airbnb, fornecendo estatísticas precisas sobre cidades em todo o mundo que tentam controlar a gigante de partilha de residências em constante expansão.

 

Cox usa os dados do próprio Airbnb contra a empresa, destacando milhares de anúncios ilegais na plataforma que, segundo ele, distorcem o mercado imobiliário. Para Cox, o Airbnb é "uma empresa repugnante que pensa que está a mudar o mundo quando, na verdade, está a causar impactos negativos". E o Airbnb tem criticado Cox, publicamente atacando o seu trabalho e acusando-o de trabalhar para o setor hoteleiro. Um porta-voz australiano do Airbnb chamou o seu site de "lixo".

 

Mas como o Airbnb, avaliado em 31 mil milhões de dólares, se prepara para um IPO no ano que vem, as exigências estão a mudar. A empresa, com sede em São Francisco, precisa fazer as pazes com Nova Iorque, o seu maior mercado nos Estados Unidos, onde trava uma batalha sobre regulamentação. Para isso, precisa de negociar um cessar-fogo com Cox, cujos dados levam o governo local a adotar uma postura ainda mais dura.

 

A porta-voz do Airbnb, Liz DeBold Fusco, entrou em contato com Cox no início deste ano depois de algumas trocas de bocas no Twitter e convidou-o para "uma conversa real sobre o caminho a ser seguido na partilha de casas" em Nova Iorque.

 

"As pessoas descrevem-me como um cão de guarda contra o Airbnb", disse Cox numa entrevista, vestindo uma camisa de ganga e ténis Nike, enquanto come um prato de legumes e tofu num restaurante de noodles de Manhattan. É um rótulo que ele rejeita. "Sou apenas um ativista de habitação. Acredito que a habitação é um direito humano; não é uma ferramenta económica ou uma mercadoria."

 

(Texto original: Meet Murray Cox, The Man Trying to Take Down Airbnb)
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