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Evergrande volta a suspender operações na bolsa de Hong Kong
O grupo imobiliário chinês endividado Evergrande suspendeu esta segunda-feira as operações na Bolsa de Hong Kong sem dar explicações, relata o portal chinês Sina.
03 de Janeiro de 2022 às 07:14
Os media chineses fizeram eco de um documento do governo local de Danzhou, na ilha meridional de Hainan, que ordenou à Evergrande que demolisse 39 edifícios no prazo de dez dias porque o projeto violava as "leis de planeamento urbano e rural", embora até agora o grupo imobiliário não tenha comentado o assunto.
A 31 de Dezembro, numa mensagem de fim de ano aos empregados do grupo, o seu presidente e fundador Xu Jiayin anunciou que a taxa de retomada dos projetos imobiliários do conglomerado tinha atingido 91,7%, ao mesmo tempo que prometia um "futuro brilhante" para a empresa.
A agência de notação de risco citou então também "incerteza" sobre a situação do grupo, que tinha recentemente criado um "grupo de controlo de risco".
Após a criação do grupo, o banco central e os reguladores bancários e bolsistas enviaram mensagens de garantia de que o risco de contágio da crise Evergrande era "controlável".
Também, em 26 de dezembro, a empresa imobiliária tinha prometido que o número de casas entregues aos compradores atingiria 39.000 em dezembro, mais do que nos três meses anteriores.
No final de 2021, alguns comentadores observaram que o Partido Comunista da China tinha atenuado a sua linguagem no setor imobiliário, o que foi interpretado como uma possível atenuação das restrições de Pequim ao acesso ao financiamento bancário para os promotores mais endividados.
A Evergrande acumula passivos de mais de 300 mil milhões de dólares (cerca de 265 mil milhões de euros) e em 2021 as suas ações perderam 89% do seu valor.