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Comprar uma casa e ganhar um BMW. Imobiliárias chinesas estão a ficar desesperadas

O mercado imobiliário chinês está a ser penalizado pelos constrangimentos ao crédito e as empresas do sector estão desesperadas para aumentar as receitas.

15.º BMW SÉRIE 1 – Vendeu 4.162 unidades em 2017 (+7%), o que corresponde a uma quota de mercado de 1,87%
15 de Setembro de 2018 às 14:30
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As promotoras imobiliárias da China estão a oferecer carros de luxo e grandes descontos para atrair compradores numa altura em que os limites aos empréstimos e as restrições aos financiamentos pressionam as suas contas.

 

A China Merchants Shekou Industrial Zone Holdings está a oferecer um BMW Série 3 ou X1 aos compradores de um apartamento com três quartos no seu empreendimento em Xangai. O carro, ou o equivalente em dinheiro, equivale a um desconto de cerca de 10% no preço de 3,1 milhões de yuans (450.000 dólares) do apartamento de 89 metros quadrados.

 

Nos 646 projectos da China Evergrande Group em todo o país, o desconto básico de 11% pode chegar a 26% quando adicionados itens extras, como descontos para compradores indicados por funcionários da Evergrande ou por clientes anteriores.

Outro incentivo: a entrada necessária é de apenas 5%, em vez do depósito normal de 30% exigido pelos governos locais. As imobiliárias estão a preencher a diferença oferecendo planos de pagamento em prestações durante vários anos como forma de contornar os limites mais elevados pensados para afastar especuladores imobiliários.

 

Os brindes e descontos sugerem que as imobiliárias endividadas estão a usar todos os recursos disponíveis para aumentar a receita, já que o sector enfrenta a chegada à maturidade de dívida de 23 mil milhões de dólares no primeiro trimestre, o que representa um valor recorde. Ao mesmo tempo, com a determinação da China de controlar os preços dos imóveis residenciais, as imobiliárias têm mais dificuldade para gerar dinheiro rápido com vendas.

 

"O financiamento está a tornar-se difícil para todos, inclusive para as grandes empresas", disse Sabrina Wei, chefe de pesquisa para o norte da China da Cushman & Wakefield em Pequim. "Elas precisam dos descontos para aumentar as receitas e arrecadar dinheiro."

 



As imobiliárias da vizinha Hong Kong também estão a oferecer benefícios como pacotes gratuitos de viagens e crédito facilitado para atrair compradores, sinal de que um dos mercados imobiliários mais aquecidos do mundo pode finalmente estar a começar a arrefecer.

 

No projecto "Harmonious" da China Merchants Shekou, os possíveis futuros compradores garantiram apenas 25 dos 350 apartamentos. Apenas oito compradores inscreveram-se no projecto de 223 unidades "Magnolia Garden", da Gezhouba Real Estate, na região oeste de Xangai. No norte da cidade, o complexo de 161 unidades da Sanxiang Impression atraiu apenas cinco pessoas.

 

"Os projectos imobiliários já não são fáceis de vender", disse Wei, da Cushman. "Em breve, poderemos ter deixado para trás essa longa e optimista temporada imobiliária."

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