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BCP tenta vender 111 “campos de futebol” de terrenos às portas de Lisboa
O polémico Villafundo, situado na Amadora e que esteve à venda, no passado recente, por 33,5 milhões de euros, foi agora colocado pelo banco nas mãos da Cushman & Wakefield para comercializar terreno para promoção de novo projeto urbano.
Esteve nas mãos de uma miríade de particulares durante a segunda metade do século passado, até que, no início de XXI, foram adquiridos por uma empresa detida, entre outros, por José Guilherme, construtor da Amadora que ficou conhecido dos portugueses por ter presenteado com 14 milhões de euros Ricardo Salgado, então presidente do BES, que classificou este presente do empresário de "liberalidade".
Logo depois, em 2006, essa empresa, a Moinho de Vila Chã, vendeu o mega terreno situado precisamente em Alto dos Moinho, Casal Vila Chã, ao Villafundo, fundo gerido pelo BCP, que ainda recentemente teve os 111 hectares à venda por 33,5 milhões de euros.
Ora, a Cushman & Wakefield acaba de anunciar que "foi instruída em exclusivo pelo Millennium bcp para a venda de um conjunto substancial de terrenos localizado no centro da Amadora", precisamente os que correspondem aos do Villafundo.
"Os terrenos, que totalizam 111 hectares dos quais 38 hectares correspondem a área livre urbana e urbanizável, podem vir a permitir, atendendo ao Plano Diretor Municipal (PDM) em vigor, cerca de 250 mil metros quadrados de construção acima do solo", realça a consulta imobiliária, em comunicado enviado às redações, esta terça-feira, 20 de abril.
A propriedade situa-se junto ao centro da cidade e desenvolve-se ao longo da freguesia da Mina desde a linha de caminho de ferro até ao bairro dos Moinhos da Funcheira, estando "o Millennium bcp a trabalhar com a Câmara Municipal da Amadora na definição de subunidades com características distintas para promoção de projetos maioritariamente residenciais de média e alta densidade no que será a mais importante bolsa para promoção residencial para a classe média da Grande Lisboa nos próximos anos", garante a Cushman & Wakefield.
Os projetos também terão de integrar áreas de comércio e serviços de proximidade bem como espaços verdes e de lazer, acrescenta a mesma fonte.
"A propriedade possui assim um potencial de desenvolvimento ímpar, podendo vir a ser a futura localização de um projeto urbano exemplar e impactante numa zona central e estratégica e com excelentes acessos ferroviários e rodoviários ao centro da capital e a todos os pontos da Grande Lisboa", sinaliza.
Para Ana Gomes, "partner" e diretora do departamento de Development & Living da Cushman & Wakefield em Portugal, "esta é uma rara oportunidade de promoção futura com escala numa localização suburbana excecional a um preço extremamente competitivo e numa zona cada vez mais estratégica, especialmente considerando a necessidade crescente de habitação moderna e flexível para a classe média. E é uma ótima oportunidade para a criação de novos lugares mais amigos das pessoas, com novas dinâmicas e atividades em benefício das populações locais."