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UE pode gerar 25% da energia da região nos telhados
Os europeus podem expandir significativamente a geração de energia solar de baixo custo simplesmente aproveitando o espaço sobre as suas cabeças.
Esta é a conclusão de um grupo de investigadores que usou imagens de satélite, preços de eletricidade e dados sobre o crédito para avaliar o potencial energético inexplorado dos edifícios da União Europeia. Existe uma área de telhados três vezes maior do que o Luxemburgo que poderia ser usada para fornecer quase 25% da energia do bloco europeu, segundo o artigo publicado na edição de outubro da Renewable and Sustainable Energy Reviews da Elsevier.
"Políticas a nível nacional e regional para explorar esse potencial podem trazer benefícios para o emprego nas áreas da produção, instalação e operação", mobilizando pessoas no sentido de se "alcançar a transição da UE para um sistema energético de baixo carbono", escreveram os investigadores, sob a coordenação de Katalin Bodis, do Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia.
A esmagadora maioria dos europeus apoia a transição para a energia limpa com o objetivo de desacelerar as alterações climáticas, mas os governos enfrentam desafios para encontrar soluções. A Alemanha, o motor económico do bloco, já disse que não deve conseguir cumprir as promessas feitas para reduzir as emissões, apesar dos investimentos recorde em energia solar e eólica.
Esta nova investigação sugere que uma análise mais atenta dos recursos solares em telhados poderia ajudar os governos a fazerem um planeamento mais eficaz, sobretudo numa altura em que o crescimento dos veículos elétricos no mercado tenderá a aumentar a procura por energia.
Há cerca de 7.935 quilómetros quadrados de telhados disponíveis no bloco que podem produzir cerca de 680.276 gigawatts-hora de eletricidade por ano. A queda dos custos da energia solar, que atingiu a paridade de custos com a geração tradicional em muitas partes do mundo, significa que a eletricidade gerada pelos painéis solares pode ter um preço acessível, de acordo com o relatório.
Chipre, Portugal, Malta, Grécia e Itália têm o maior potencial de energia solar, seguidos de perto por França, Espanha e Alemanha, segundo o estudo. Já os países do leste europeu enfrentam mais dificuldades devido às barreiras à instalação de painéis solares nos telhados.