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Savannah rejeita preocupação com desistência da Galp no lítio: "O nosso caminho é independente"
A Savannah diz que acompanha "com atenção o processo relativo ao projeto Aurora", mas está já a discutir com a sua parceira AMG e com outras empresas a "possibilidade de a médio prazo se construírem refinarias adicionais na Península Ibérica".
A decisão da Galp em não avançar com a costrução de uma refinaria de lítio em Setúbal, por falta de apoio e investimento da parceira sueca Northvolt, não preocupa a empresa mineira Savannah Resources, dona do projeto da mina do Barroso, em Boticas.
"O nosso caminho já era e continua a ser independente do da Aurora", disse ao Negócios fonte oficial da Savannah, que se afirma "empenhada em desenvolver e operar o projeto Lítio do Barroso, planeando iniciar a produção no ano de 2027". "Estamos a progredir bem, e tal como anunciado, o projeto estará pronto para iniciar a produção nacional de lítio em larga escala o mais cedo possível".
Depois de um complicado processo de seleção de parceiros, este verão a empresas assinou um "primeiro acordo de parceria com a alemã AMG Lithium", dona da primeira refinaria de lítio ativa na Europa. A Savannah garante que estão em cima da mesa discussões com a AMG e outras empresas sobre a "possibilidade de a médio prazo se construírem refinarias adicionais na Península Ibérica".
"A Savannah está, com sempre esteve, disposta a contribuir para o desenvolvimento de indústrias europeias estratégicas, como a cadeia de valor das baterias de lítio e da mobilidade elétrica", disse a mesma fonte.
Há apenas um mês, no final de outubro, quando o CEO da Galp avisou que a refinaria de lítio de Setúbal poderia não avançar por falta de lítio português, a Savannah garantiu que mantinha ativas as "conversas com a Galp e o seu projeto Aurora, bem como com os outros projetos de refinarias para Portugal: os da Lifthium e potencialmente o da AMG".
"Todos eles são importantes para bem de um futuro mais próspero para o nosso país. No que depender de nós, haverá refinarias e restantes projetos em Portugal, trabalhando com todos os parceiros na construção dos elementos possíveis de uma cadeia de valor das baterias com pendor internacional e exportador", referiu fonte oficial da empresa.
Sobre o seu próprio atraso, no arranque da operação da mina, para 2027, a Savannah justificou-se com "um ano politicamente turbulento, no qual alguns processos burocráticos acumularam muita demora".
"Essas demoras têm impacto: nos mesmos 6 meses em que Portugal se atrasou, foram anunciados investimentos de 10.000 milhões de euros por empresas internacionais em seis fábricas na fileira das baterias, aqui mesmo ao nosso lado, em Marrocos. Felizmente vemos alguns sinais de ligeira recuperação da celeridade dos processos, e esperamos que isso possa libertar os agentes económicos para que possam progredir cada um com a parte que lhe compete no desenvolvimento desta fileira em Portugal, que na nossa estimativa já inclui mais de 40 entidades, envolvidas por exemplo em duas agendas mobilizadoras do PRR", disse a mesma fonte da mineira britânica.