Notícia
Reforço da rede elétrica é "um dos maiores desafios" para os leilões de 2023, diz Governo
Na conferência da APREN, o secretário de Estado do Mar avisou que "a produção elétrica offshore terá de ser articulada com a identificação dos investimentos no reforço da infraestrutura elétrica".
O secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, identificou esta quinta-feira a "necessidade de reforço da capacidade da rede nacional de transporte de eletricidade" como "um dos maiores desafios" que Portugal tem pela frente para resolver para cumprir a meta de instalar 10GW de capacidade eólica offshore flutuante até 2030.
Sobre os atuais riscos no abastecimento de energia elétrica, acentuados pela enorme quebra da produção hídrica em Portugal, o governante lembrou que "volvido menos de um ano sobre o encerramento da central termoelétrica [a carvão] do Pego, os desafios da transição energética são ainda mais prementes".
No entanto, avisou: "O desenvolvimento de centros de produção elétrica offshore terá sempre de ser articulado com a identificação dos investimentos no reforço da infraestrutura elétrica".
Sobretudo quando existe um potencial para "fornecer cerca de 25% da eletricidade consumida anualmente em Portugal a partir das renováveis oceânicas".
Essa será, segundo o governante, uma dos principais missões do grupo de trabalho criado pelo Governo para apresentar proposta com vista à realização de novos leilões em 2023: identificar os pontos de interligação à rede elétrica nacional disponíveis para a produção de energia renovável com localização oceânica (offshore flutuante e ondas) e os constrangimentos da capacidade elétrica de transporte.
Outra tarefa importante do grupo de trabalho, de acordo com José Maria Costa, será "identificar investimentos prioritários nos portos comerciais portugueses para aumentar a oferta de serviços para a indústria". O secretário de Estado fala mesmo de um cluster emergente e de uma nova fileira industrial, com "oportunidades para a especialização dos portos e dos estaleiros nacionais".
"A energia eólica offshore trará um enorme desenvolvimento industrial a Portugal, com mão de obra especializada. O oceano é o nosso território de futuro", rematou.