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Primeiro leilão solar em barragens terá 263 MW

O leilão apresentado esta quarta-feira prevê a instalação de centrais solares flutuantes em sete barragens.

Sérgio Lemos
24 de Novembro de 2021 às 17:27
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O primeiro leilão de capacidade solar flutuante apresentado está quarta feira pelo ministério do ambiente vai colocar a licitação 263 MW de produção em sete barragens.

Na barragem de Salmonte serão apenas 8 MW, mas no Alqueva serão 100 MW o que, indicou o secretário de estado da energia, João Galamba, "caso seja ganho por um único operador será o maior projeto solar flutuante do mundo".

No total, a área máxima a ocupar nas diversas albufeiras ascende a 445 hectares, dos quais 250 no Alqueva, o que corresponde a 250 campos de futebol mas apenas 1% da superfície hídrica da Albufeira.

João Galamba indicou que a Agência Portuguesa do Ambiente já identificou mais 700 hectares possíveis de serem utilizados em futuros leilões, tendo já sido solicitado à REN que reforce a capacidade da rede para poder receber essa produção adicional resultante dos 700 hectares, esperando o governante que "pelo menos esses 700 hectares poderão ser leiloados até 2024 ou 2025".

Galamba notou que esta solução é uma boa forma de aliviar pressão sobre o território, lembrando que as energias renováveis em terra ocupam mais espaço do que as centrais termoelétricas, por exemplo. E foi considerado um limite máximo de utilização com as centrais solares de 10% da área das albufeiras.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática destacou que este "é um exemplo de economia circular", de aproveitamento de espaços "que pareciam parados" e que irão contribuir não só para a descarbonização mas também para que a eletricidade fique mais barata.
A redução dos preços da eletricidade será também, defende João Pedro Matos Fernandes, uma forma de atrair investimento graças aos menores custos energéticos. Por último, referiu, permite a criação de emprego em territórios do interior.

Este leilão surge com um atraso de dois meses face ao previsto devido a ser "um processo mais complexo", uma vez que foi necessário alterar a legislação para a questão da utilização do domínio hídrico público.

O procedimento terá, aliás, duas entidades adjudicantes: a APA e a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), tendo a APA a receber - se toda a área disponível no leilão for utilizada - quase 250 mil euros anuais em taxa de recursos hídricos.

O leilão apresentado esta quarta-feira prevê a instalação de centrais solares flutuantes nas barragens de Alqueva (Portel), Castelo de Bode (Tomar), Cabril (Pedrógão Grande), Alto Rabagão (Montalegre), Paradela (Miranda do Douro), Salamonde (Vieira do Minho) e Tabuaço (Vilar, Moimenta da Beira).

O Alqueva terá em licitação uma área máxima de 250 hectares (ha), que poderão produzir 100 MW, já Castelo de Bode terá 60 ha e 50 MW, Alto Rabagão (50 ha e 42 MW), Cabril (40 ha e 33 MW), Tabuaço (20 ha e 17 MW), Paradela (15 ha e 13 MW) e Salamonde (10 ha e 8 MW).

A licitação terá duas componentes, mas ambas são apresentadas em simultâneo pelos candidatos, o que constitui uma mudança face a anteriores leilões solares.

Assim, os concorrentes terão de apresentar uma proposta sobre o preço para produzir eletricidade mas também outra para a ocupação do espaço hídrico que pertence ao domínio público, mas, como assinalou o ministro, este valor corresponde à taxa dos recursos hídricos, sendo igual para todos. 


(Notícia atualizada às 20:17 com mais informação)

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