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Preços da energia continuam a subir na Europa com anúncios de sanções à Rússia

Os preços do gás natural e da eletricidade na Europa continuam a subir devido à incerteza que se vive na Ucrânia e aos anúncios de sanções à Rússia.

Reuters
23 de Fevereiro de 2022 às 11:38
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A combinação entre a incerteza vivida na Ucrânia e os anúncios de sanções à Rússia por parte da União Europeia, Reino Unido ou dos EUA está a fazer com que os preços da energia continuem a escalar na Europa. 


De acordo com os dados compilados pela Bloomberg, os futuros do ‘benchmark’ do gás natural nos Países Baixos chegaram a subir 5,9%, naquela que está a ser a terceira sessão consecutiva de subidas. Já depois da abertura do mercado, este ‘benchmark’ subia 4% para 82,985 euros o megawatt/hora. Na sessão anterior, chegou a subir 10%.


Por sua vez, a eletricidade na Alemanha está a avançar pela quarta sessão, a subir 3,6%.


Uma vez que a Rússia é o principal fornecedor de gás natural à Europa e cerca de um terço do transporte é feito através da Ucrânia, a possibilidade de um conflito armado em território ucraniano gera receios. Além disso, existe também o anúncio feito por Olaf Scholz, o chanceler da Alemanha, que anunciou esta terça-feira medidas para interromper o processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2 para a distribuição de gás natural russo na Europa. E, de acordo com as palavras de Scholz, "sem aquela certificação, o Nord Stream 2 não pode ser colocado em funcionamento".


Este gasoduto, concluído em setembro de 2021, tem uma capacidade de transporte de 55 mil milhões de metros cúbicos de gás anualmente.


O projeto, detido pela empresa estatal russa de energia Gazprom e financiado por várias empresas de energia, estava projetado para arrancar em 2011 e o funcionamento em 2012, mas só saiu do papel 10 anos depois, devido às ameaças de sanções norte-americanas e também devido às tensões geopolíticas. 


Os analistas ouvidos pela Bloomberg antecipam que, caso se verifique uma invasão militar à Ucrânia, os preços poderão continuar a subir. Já na hipótese de existir um progresso diplomático com capacidade para acalmar algumas das tensões tal poderia representar um alívio nos preços da energia na Europa.


A escalada de preços no mercado europeu era já bem visível antes de se agravarem os receios ligados a um conflito na Ucrânia. Os preços da energia são, aliás, um dos principais responsáveis pela subida da inflação na zona euro, que em janeiro se fixou nos 5,1%. Segundo o Eurostat, que revelou esta quarta-feira os dados finais sobre a inflação em janeiro, o contributo da energia para a taxa de inflação homóloga foi de 2,8 pontos percentuais, um valor mais intenso comparado com os 2,46 pontos da contribuição de dezembro. 

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