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Portugal vai ter o primeiro centro europeu para testar robôs em parques eólicos “offshore”

O primeiro centro europeu de teste de robôs marítimos em ambiente real vai ser criado na costa de Viana do Castelo, no âmbito do projeto europeu Atlantis, orçado em 8,5 milhões de euros, que é coordenado pelo português Inesc Tec e tem a EDP como principal parceiro.

Miguel Baltazar/Negócios
14 de Janeiro de 2020 às 12:30
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A costa de Viana do Castelo, onde vai começar a operar o primeiro parque eólico "offshore" flutuante ao largo da Europa continental, com a maior turbina do mundo assente numa plataforma flutuante, o WindFloat Atlantic, foi escolhida para acolher o primeiro centro europeu de teste de robôs marítimos em ambiente real.

 

"O Atlantis Test Center vai possibilitar a validação de soluções robóticas nas condições climatéricas mais extremas do Oceano Atlântico, em especial nos trabalhos de inspeção e manutenção das infraestruturas eólicas ‘offshore’", explica o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (Inesc Tec), em comunicado.

 

Em causa está o desenvolvimento do projeto europeu "Atlantis - The Atlantic Testing Platform for Maritime Robotics: New Frontiers for Inspection and Maintenance of Offshore Energy Infrastructures", que é liderado pelo Inesc Tesc e conta com participação da EDP, assim como com o apoio de diversos parceiros tecnológicos e académicos.

 

Com a duração prevista de três anos, o projeto está firmado com um investimento de 8,5 milhões de euros, sendo financiado pelo H2020 - Programa Quadro para a Investigação e Inovação.

 

"O Atlantis Test Center permitirá quantificar o valor acrescentado de nova tecnologia robótica e acelerar a sua integração no setor da energia eólica marítima. O projeto assenta numa verdadeira simbiose entre as indústrias da energia e da robótica marinha. Este centro de inovação será instalado em Viana do Castelo e terá uma importância estratégica para o roteiro científico da robótica em toda a Europa", afirma Andry Maykol Pinto, coordenador do projeto e investigador no Inesc Tec. 

Para Andry Maykol Pinto, o Atlantis Test Center constituirá, também, "uma excelente oportunidade para as pequenas e médias empresas (PME) que desenvolvam tecnologias capazes de reforçar a sustentabilidade do setor eólico marítimo, pois terão a possibilidade de avaliarem experimentalmente os seus produtos, e adequarem a sua oferta às necessidades e expectativas de um mercado emergente".

 

O novo centro, que utilizará o parque WindFloat Atlantic para validar e demonstrar aplicações robóticas, está focalizado na inspeção, manutenção e reparação de infraestruturas eólicas "offshore", onde "diversos robôs autónomos (subaquáticos, de superfície e aéreos) serão desenvolvidos e testados em diversos cenários industriais, como, por exemplo, na inspeção de cabos de amarração, monitorização de estruturas subaquáticas ou na limpeza de turbinas", refere o Inesc Tec.

 

De resto, conclui, "a utilização de soluções robóticas neste setor pretende mitigar riscos e diminuir os custos de operação e manutenção dos parques eólicos ‘offshore’, nomeadamente em águas profundas, contribuindo também para a redução do custo normalizado de energia (Levelized Cost of Energy)".

 

João Maciel, diretor de I&D da EDP, que considera que o WindFloat Atlantic "é um passo de gigante na criação de novos mercados para as energias renováveis e em particular, para o setor eólico", explica que "o projeto Atlantis é estratégico para a empresa porque aposta num dos vetores centrais que contribuirá decisivamente para aumentar a competitividade do eólico ‘offshore’ flutuante: a operação e manutenção inovadoras, criando novas opções viáveis para a descarbonização do sistema energético e da sociedade".

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