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José de Mello vende 2,59% do capital da EDP

José de Mello Energia iniciou uma operação para vender 2,592% do capital da eléctrica portuguesa, após a qual deixará de ser o maior accionista português da EDP. Aos preços de fecho da sessão, esta alienação representa um encaixe de 313 milhões.

Bruno Simão/Negócios
03 de Abril de 2014 às 17:12
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A José de Mello Energia anunciou a intenção de venda de 2,592% do capital da EDP, através de um processo de “accelerated bookbuilding”, ou seja, através de um processo de alienação a investidores institucionais, revela em comunicado disponibilizado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

A companhia tem actualmente 168.097.034 acções da EDP, equivalentes a 4,6% do capital da eléctrica portuguesa, pelo que após a operação, ficará com cerca de 2% do capital da empresa liderada por António Mexia. A José Mello era, com mais de 4% do capital da empresa, o quarto maior accionista da eléctrica. Com esta operação, a José de Mello perde o estatuto de maior accionista português da EDP, que passa agora a ser o BCP, com 2,6% do capital.

 

“A José de Mello Energia pretende proceder à alienação de 94.787.697 acções representativas de cerca de 2,592% do capital social da EDP”, revela a empresa em comunicado.

 

Considerando o valor de fecho das acções da EDP esta quinta-feira, 3 de Abril, de 3,30 euros, o encaixe desta operação é de 313 milhões de euros. Ainda assim, estas operações custam ser realizadas com um desconto face ao valor de mercado.

 

“Em conformidade, a José de Mello anuncia que irá proceder ao lançamento de uma oferta particular das Ações através de um processo de ‘accelerated bookbuilding’ dirigido exclusivamente a investidores qualificados”, adianta a mesma fonte.

 

O CaixaBI, Espírito Santo Investment Bank e o Millennium Investment Banking serão os intermediários da operação, acrescenta o mesmo comunicado. Os detalhes desta operação deverão ser conhecidos sexta-feira, 4 de Abril, dia em que a operação será concretizada.

 

O Grupo José de Mello entrou no capital da EDP em 2006, com a aquisição de uma posição qualificada de 2%. Em meados de 2007, a companhia que controla a Brisa alienou quase toda a posição detida no BCP (3,05% o capital), tendo reforçado na EDP para cerca de 5%.

 

José de Mello manterá restantes acções pelo menos durante 90 dias

 

A empresa estabeleceu um acordo com as instituições que vão funcionar como intermediários da operação que não lhe permite alienar mais acções da eléctrica durante os próximos três meses.

 

“No âmbito da oferta, a José de Mello aceitou assumir perante os ‘joint bookrunners’ um compromisso de ‘lock-up’ pelo prazo de 90 dias (a contar da data de liquidação da oferta) relativo à alienação de acções adicionais da EDP por si detidas nesta data, sujeito às habituais excepções neste tipo de transacção”, refere a mesma fonte.

 

O Grupo José de Mello detém também participações na Brisa, onde é accionista maioritário, na CUF, na José de Mello Saúde, na Efacec e na José de Mello Imobiliária.

 

Este é assim mais um dos accionistas do núcleo duro de accionistas da EDP a sair do capital da eléctrica. O BES foi o primeiro, ao vender, em Dezembro, mais de 1% do capital da eléctrica, tendo encaixado mais de 100 milhões de euros.

 

Seguiu-se a Iberdrola, que este ano vendeu a maior parte das acções que detinha na eléctrica nacional, ficando sem participação qualificada no capital da empresa liderada por Mexia. Esta quinta-feira foi a vez da José de Mello.

 

(Notícia actualizada às 17h29 com mais informação do comunicado)

 

Estrutura accionista da EDP

 

 

* já considerando a venda de 2,6% do capital por parte da José de Mello

 

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