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França promete a Costa acelerar interconexões energéticas e Macron realiza em 2023 visita de Estado a Portugal

"Assegurei ao primeiro-ministro, António Costa, a nossa determinação no sentido de avançar sobre esta matéria, tal como foi acordado" entre o Presidente Emmanuel Macron e os chefes dos governos de Portugal e Espanha, disse a primeira-ministra francesa.

POOL
29 de Outubro de 2022 às 17:24
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A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, prometeu hoje ao líder do executivo português, António Costa, o empenho político do Governo francês no sentido de avançar rapidamente com as interconexões elétricas e do gás à Península Ibérica.

 

Esta posição sobre as interligações energéticas entre França, Espanha e Portugal foi transmitida por Elisabeth Borne, no Palácio Foz, em Lisboa, numa conferência de imprensa conjunta com António Costa, no âmbito da sua visita oficial a Portugal.

 

"A França defende o reforço das interconexões elétricas e do gás com a Península Ibérica e na Europa. Tínhamos já um acordo com o nosso vizinho [Espanha] sobre as interconexões elétricas. Recentemente, chegámos a um acordo para as interconexões do gás", declarou a primeira-ministra francesa.

 

Além de ter desdramatizado a questão do financiamento europeu em relação aos projetos de interconexões recentemente acordados entre os três governos, Elisabeth Borne disse ter deixado uma garantia ao executivo português.

 

"Assegurei ao primeiro-ministro, António Costa, a nossa determinação no sentido de avançar sobre esta matéria, tal como foi acordado" entre o Presidente Emmanuel Macron e os chefes dos governos de Portugal e Espanha, disse.

 

"Queremos uma Europa mais forte e uma Europa fundada progressivamente na utilização de energias descarbonizadas. Partilhamos o objetivo de os dois países continuarem a proteger os seus povos no atual contexto económico face à explosão dos preços da energia. Defendemos uma ação coordenada e em bloco para obter melhores resultados", declarou.

 

Nesta matéria, António Costa salientou que nunca estiveram em causa as interligações elétricas entre França, Espanha e Portugal, assunto em relação ao qual já havia acordo.

 

"O compromisso político agora encontrado era onde faltava acordo e havia um bloqueio por causa do trajeto da ligação gasífera. Foi encontrado um acordo, mudando a trajetória que atravessava os Pirenéus por uma solução através de uma ligação marítima entre Barcelona e Marselha", especificou.

 

Do ponto de vista político, António Costa aproveitou uma vez mais para responder de forma indireta às críticas feitas pelo PSD.

 

A ligação de gás "é complementar das interligações elétricas, que sempre estiveram previstas e continuam a estar previstas. Houve a necessidade de fazer um acordo onde havia divergência. E onde não havia divergência o acordo foi mantido", insistiu.

 

António Costa adiantou, ainda, que a nova rede terá capacidade para "plena utilização por via do hidrogénio".

 

"Espero que na próxima reunião já haja um projeto mais formatado, de forma a obtermos o financiamento através do mecanismo europeu de financiamento das interligações. Este não é um projeto para Portugal, Espanha e França, mas a criação de um grande corredor verde para toda a Europa, em particular para apoiar os países do centro e norte da Europa, que estão neste momento a reorientar as suas fontes de abastecimento de energia, tendo em conta a anterior dependência do gás russo", acrescentou.

Costa anuncia que Presidente de França realiza em 2023 visita de Estado a Portugal

 

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje que o Presidente da França, Emmanuel Macron, fará em 2023 uma visita de Estado a Portugal, e defendeu que os dois países partilham uma visão comum europeia e à escala global.

 

António Costa falava numa conferência de imprensa conjunta com a primeira-ministra de França, Elisabeth Borne, no Palácio Foz, em Lisboa, durante a qual não respondeu a uma pergunta sobre se mantinha a confiança política no seu secretário de Estado Miguel Alves na sequência de notícias sobre a ação deste enquanto presidente da Câmara de Caminha.

 

"No próximo ano, teremos a visita de Estado a Portugal do Presidente Emmanuel Macron e, entretanto, os dois governos irão trabalhar para que possamos reforçar cada vez mais as condições de cooperação bilateral, na União Europeia e à escala global. Partilhamos uma visão comum sobre aquilo que deve ser a presença da Europa no conjunto do mundo", sustentou o líder do executivo português.

 

Ao nível das relações externas, o primeiro-ministro português referiu-se em particular às relações com os países do continente africano, ideia que foi igualmente mencionada por Elisabeth Borne.

 

"Juntos continuaremos a trabalhar", sustentou.

 

Perante os jornalistas, Elisabeth Borne reforçou depois a tese de que Portugal e França apresentam "uma ambição comum em relação à Europa".

 

"Queremos continuar a avançar na governação económica, na transição ecológica e na agenda social. Como afirmou o Presidente Emmanuel Macron desde o primeiro dia, em relação à agressão ilegal da Rússia, estamos dispostos em auxiliar a Ucrânia em todas as dimensões: Económica, humanitária e militar", destacou.

 

A primeira-ministra francesa advogou ainda que a força da União Europeia tem de resultar da unidade entre os seus Estados-membros face à Rússia e aos problemas resultantes da intervenção militar por parte do regime de Moscovo na Ucrânia.

 

"A nossa força resulta da unidade entre europeus. E, desde 24 de fevereiro, essa unidade não esteve em causa. Continuaremos a tomar as medidas necessárias para ajudar o povo ucraniano", acrescentou.

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