A presidente do Brasil indicou Aldemir Bendine (na foto) para a presidência executiva da Petrobras, após a equipa de gestão da petrolífera ter apresentado a sua demissão, depois da apresentação das contas do terceiro trimestre do ano passado. Números que foram conhecidos dois meses depois do previsto devido aos problemas relacionados com o caso de corrupção que está a ser investigado no Brasil. E sem incluírem as perdas causadas por corrupção como era exigido pelos órgãos reguladores.

A decisão foi tomada esta sexta-feira, tendo a presidente do país indicado o nome. O Estado detém a maioria do capital da Petrobras, assim como do Banco do Brasil.

As acções da petrolífera estão a cair 5,61% para 9,25 reais, enquanto os títulos do banco recuam 2,68% para 22,18 reais. A imprensa brasileira diz que os mercados estão a reagir mal uma vez que os investidores estavam a acreditar que o novo líder da Petrobras pudesse vir do mercado e não de uma companhia com capital público.

"O Bendine é uma pessoa muito identificada com a primeira gestão do Governo Dilma. O Banco do Brasil foi absolutamente comandado pelo Governo na primeira gestão e a Petrobras precisaria de alguém mais independente, que" fizesse frente ao "Governo em determinadas situações e não" atribuísse cargos, disse à Reuters o sócio da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira.

"Parece que as opções eram poucas e [Aldemir Bendine] terá sido o único disposto a aceitar o cargo", afirmou à Bloomberg, Paulo Nepomuceno, economista-chefe da Coinvalores, acrescentando que "é, claramente, um nome muito próximo do Governo."

Aldemir Bendine está à frente do Banco do Brasil desde 2009, com a imprensa brasileira a salientar que o responsável é "bastante alinhado" às políticas do Executivo.

A Reuters adianta que o novo administrador financeiro da Petrobras será Ivan Monteiro, actual vice-presidente financeiro do Banco do Brasil.

Graça Foster apresentou a sua demissão alegando, pela terceira vez, motivos emocionais, de acordo com a imprensa brasileira. A confirmação de saída chegou na quarta-feira, 4 de Fevereiro, tendo a empresa revelado que além de Graça Foster cinco directores da sua equipa de gestão também apresentaram a sua demissão.