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Coronavírus começa a atrasar revolução global de energia solar

O surto de coronavírus ameaça atrasar a revolução global de energia solar, devido à redução de equipamentos essenciais para parques eólicos e solares na China e noutros países.

29 de Fevereiro de 2020 às 18:00
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Com o aumento dos casos da doença, fabricantes como a Trina Solar soaram os alarmes devido a atrasos na produção, enquanto empresas como a Manila Electric, das Filipinas, disseram que os projetos seriam suspensos.

"Se o surto de vírus durar além do primeiro trimestre e se espalhar para mais regiões, como está a acontecer atualmente na Coreia e em Itália, isso pode muito bem desacelerar a implantação global de energia renovável", disse Ali Izadi-Najafabadi, chefe de análise na Ásia da BloombergNEF, que reviu em baixa as perspetivas para instalações este ano.

Embora a China comece a retomar as operações lentamente após um longo período de paralisação para conter a propagação do vírus, muitas fábricas ainda não operam a plena capacidade devido à falta de funcionários e matérias-primas. E as fabricantes ecológicas não são poupadas. Analistas e associações do setor sinalizam a possibilidade de custos mais altos e um impacto nas operações no exterior, especialmente se o surto continuar.

Por enquanto, o impacto nas empresas verdes continua a ser gerível e permanece confinado principalmente às áreas na China onde o coronavírus surgiu pela primeira vez. A gigante de energia solar LONGi Green Energy Technology disse não identificar um impacto significativo nas vendas e produção e manteve as metas para o ano inalteradas.

Mesmo assim, os alertas que começam a aparecer evidenciam a importância da China nas cadeias de abastecimento globais envolvidas na construção de centrais de energia limpa e na redução da poluição que prejudica o clima.

O país é líder global tanto na instalação de novos parques eólicos e solares como na produção de painéis fotovoltaicos usados em quase todo o lado. Dos 10 maiores fabricantes de células, nove são fabricantes chineses e um da Coreia do Sul.

 

As centrais no exterior poderão ser atingidas, na medida em que poderão não receber componentes da China devido às restrições de voo, de acordo com a Associação da Indústria Fotovoltaica da China.

A BloombergNEF reviu em baixa as suas previsões para instalações solares e eólicas na China este ano, mas alertou que a capacidade pode aumentar rapidamente após o controlo do surto e disse que as paralisações não serão suficientes para reverter o excesso de oferta.

Os analistas esperam agora um máximo de 43 gigawatts de instalações solares este ano em relação aos 45 gigawatts previstos anteriormente. A previsão mais pessimista é de 31 gigawatts em comparação com pelo menos 37 gigawatts estimados anteriormente. A China adicionou cerca de 30 gigawatts no ano passado, de acordo com a associação do setor.

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