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Chineses no capital da EDP "pode ser um problema" para os EUA

O secretário de Estado da Energia da Casa Branca disse que a participação da China Three Gorges na empresa liderada por António Mexia é um desafio para os Estados Unidos.

13 de Fevereiro de 2020 às 14:37
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O secretário de Estado da Energia dos Estados Unidos, Danny Brouillette, disse que a participação chinesa na EDP - Energias de Portugal era um desafio para o país, de acordo com a Reuters e a Bloomberg.  

Numa conferência em Lisboa, o membro do governo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, adiantou que "a preocupação que há é que à medida que a EDP continua a crescer nos Estados Unidos, que nós esperamos que continue, a presença do investimento chinês na EDP possa apresentar problemas (...) e isso é o que estamos a avaliar". 

O governante norte-americano acrescentou que  "a abordagem chinesa é literalmente roubar propriedade intelectual", o que é visto como um risco para a "rede de eletricidade dos Estados Unidos ou para a defesa nacional" do país.

O governo da China está presente no capital da cotada liderada por António Mexia através da China Three Gorges, que detém uma participação de 23,7% na elétrica portuguesa, representativa de 850.777.027 ações, segundo o site da EDP, tendo entrado na estrutura da EDP em 2012, ao comprar 21,35% da empresa por 2.690 milhões de euros.  

Em novembro do ano passado, a Orise, detida pelos chineses da CNIC, informou ter concluído com sucesso a venda de 48.783.722 ações representativas de aproximadamente 1,33% do capital social da elétrica.

Dan Brouillette referiu ainda que caso a Oferta Pública de Aquisição (OPA) da China Three Gorges sobre a EDP tivesse avançado em 2019, isso poderia "potencialmente" comprometer a presença da EDP, através da EDP Renováveis, nos Estados Unidos, mas não fez comentários diretos sobre a oferta.

 

Porém, segundo a Lusa, o responsável pelo setor da Energia da administração Trump classificou a EDP de "empresa fantástica", e manifestou o desejo de ver "empresas americanas" a investir na empresa liderada por António Mexia, dizendo que a empresa portuguesa "lidera em muitos aspetos" na indústria.


EUA de olho no leilão do terminal de Sines
Este é o segundo dia de Brouillette em Portugal. Ontem, numa visita ao porto de Sines, o representante da Casa Branca e a sua comitiva disse que as empresas teriam um forte interesse no novo terminal de contentores, devido à sua localização estratégica, que beneficia as exportações de gás natural liquefeito (GNL) para a Europa, segundo a Reuters

De acordo com a agência de notícias, Brouillette disse que o porto "é um ponto estratégico e único para nós e uma parte importante das exportações de gás natural", acrescentando que "estamos empolgados para ver o desenvolvimento aqui (...) e esperamos trabalhar com Portugal e com a indústria portuguesa". 

Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, acompanhou o membro da Casa Branca e disse que Portugal "deveria aproveitar a oportunidade". 

Também o primeiro-ministro António Costa deu as boas-vindas aos representantes dos Estados Unidos e acrescentou, através do seu Twitter, que "Portugal tem uma posição estratégica única e terá um papel crucial no abastecimento e segurança energética da Europa".

 

Neste momento está em curso um concurso público para a concessão do terminal Vasco da Gama, no porto de Sines. O Ministério do Mar prevê que a adjudicação ocorra no último trimestre de 2020 e que a obra tenha início em 2021, com uma duração aproximada de três anos. O prazo da concessão é de 50 anos.

O novo terminal terá uma capacidade de movimentação anual de 3,5 milhões de TEU (unidade equivalente a um contentor) e um cais com um comprimento de 1.375 metros com três posições de acostagem simultânea dos maiores navios do mundo. Terá ainda uma área de terrapleno de 46 hectares, 15 pórticos de cais e fundos de 17,5 metros.


(Notícia em atualizada às 15:37)
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