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CEO da Northvolt de saída após pedido de proteção contra credores
O pedido foi apresentado esta quinta-feira ao abrigo do capítulo 11 da Lei de Insolvências dos Estados Unidos. A queda da Northvolt, que conta com uma parceria em Portugal com a Galp, tem vindo a desenhar-se nos últimos meses.
O CEO e cofundador da fabricante sueca de baterias de lítio para veículos elétricos Northvolt, Peter Carlsson, anunciou a sua demissão esta sexta-feira, um dia depois da empresa ter pedido proteção contra credores ao abrigo do capítulo 11 da Lei de Insolvências dos Estados Unidos.
A empresa sueca, que tem uma parceria com a Galp na construção de uma refinaria de lítio em Portugal, era uma das grandes esperanças europeias para combater a dependência dos fabricantes de automóveis ocidentais em relação aos seus rivais chineses. No entanto, nos últimos meses a empresa tem enfrentado grandes dificuldades e, de acordo com o CEO demissionário, citado pela Reuters, a Northvolt precisa de angariar entre mil milhões e 1,2 mil milhões de dólares para conseguir reerguer o negócios.
Neste momento, a empresa sueca afirma ter apenas cerca de 30 milhões de dólares em dinheiro, com as dívidas a ascenderem aos 5,8 mil milhões de dólares. Em setembro, a Northvolt já tinha cortado cerca de 1.600 postos de trabalho, numa altura em que a indústria de carros elétricos tem enfrentado algumas dificuldades.
O presidente interino da empresa, Tom Johnstone, afirma que este "passo decisivo vai permitir que a Northvolt continue a sua missão de estabelecer uma base industrial europeia para a produção de baterias". A empresa espera ter o seu plano de reestruturação concluído no primeiro trimestre de 2025 e já conseguiu assegurar 100 milhões de dólares em financiamento através da fabricante de camiões sueca Scania – acionista da Northvolt e a sua maior cliente.
No entanto, o valor fica bastante abaixo do necessário para a empresa conseguir reerguer o seu negócio. No âmbito da reestruturação, a Northvolt está a avaliar propostas de novos investimentos de parceiros estratégicos, bem como de atuais acionistas, clientes e credores, esclarece o presidente interino da empresa.
Parte da atratividade do capítulo da lei norte-americana que confere proteção contra credores está no facto de ser relativamente fácil uma empresa estrangeira poder recorrer ao mesmo, bastando para isso que tenha um domicílio, local de negócio ou propriedade nos Estados Unidos. E funciona como uma espécie de Plano Especial de Revitalização (PER), em que a empresa tem oportunidade de tentar a sua reestruturação financeira.