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AIE revê em baixa estimativa de crescimento da procura de petróleo no 4.º trimestre

A Europa é responsável por "mais de metade" da queda das previsões para o último trimestre do ano, de acordo com a Agência Internacional de Energia.

O “ouro negro” teve um primeiro semestre negativo. A segunda metade do ano é ainda uma incógnita.
Alexander Manzyuk/Reuters
14 de Dezembro de 2023 às 12:43
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A Agência Internacional de Energia (AIE) reviu esta quinta-feira em baixa de quase 400.000 barris por dia a sua previsão de crescimento da procura de petróleo para o último trimestre de 2023.

No último relatório mensal do ano, a AIE afirma que 2023 vai fechar com a procura de petróleo globalmente em linha com as expectativas de aumento, mas prevê um abrandamento em 2024.

A Europa é responsável por "mais de metade" da queda das previsões para o último trimestre do ano, segundo a organização dependente da OCDE no novo relatório mensal, baseado nos dados de novembro e divulgado esta quinta-feira.

Em particular, o crescimento da procura mundial abrandará "acentuadamente" na reta final do ano, passando de 2,8 milhões de barris por dia, em termos homólogos, no terceiro trimestre, para 1,9 milhões de barris por dia no quarto trimestre.

"A procura global de petróleo está a caminho de aumentar 2,3 milhões de barris por dia em 2023", para um total de 101,7 milhões, mas isso "mascara o impacto de um novo enfraquecimento do clima macroeconómico", alertou a agência.

"O abrandamento vai continuar em 2024, com os ganhos globais a diminuírem para metade" - previsão de 1,1 milhões de barris por dia - em relação ao aumento de 2023, à medida que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) arrefece nas principais economias, mas também devido a outros fatores, como a melhoria da eficiência e uma frota de veículos elétricos em expansão.

Do lado da oferta, a oferta dos EUA continuou a "desafiar as expectativas" em novembro, com a produção a ultrapassar a marca dos 20 milhões de barris por dia.

Esta situação, "combinada com a produção recorde do Brasil e da Guiana, bem como com os crescentes fluxos iranianos", fará aumentar a produção mundial em 1,8 milhões de barris por dia em 2023, para um total de 101,9 milhões de barris.

Assim, os países fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros (OPEP+), "voltarão a impulsionar o crescimento mundial em 2024", depois do aprofundamento dos cortes voluntários adotados por aquele bloco.

Quanto à Rússia, os preços caíram acentuadamente em setembro e isso, combinado com uma queda de 200.000 barris por dia nos envios, fez com que as receitas de exportação de petróleo e produtos petrolíferos caíssem 17% em termos mensais, para 15.200 milhões de dólares, um nível "não visto desde julho de 2023".

As margens das refinarias na Europa e em Singapura recuperaram ligeiramente em novembro, observou também a AIE, mas as da Costa do Golfo dos EUA voltaram a cair pelo terceiro mês consecutivo.

Os fluxos globais de petróleo bruto no quarto trimestre deverão ser "substancialmente" mais fracos do que o estimado anteriormente, devido à maior profundidade e duração das interrupções nas refinarias, recuperando lentamente para um pico sazonal de 84,2 milhões de barris por dia em dezembro de 2023.
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