A venda de uma participação de 18% da Sierra Portugal Fund aos Aberdeen, por parte da Sonae Sierra, é classificada de “positiva” pelos analistas do BPI que salientam o valor do negócio, 55 milhões de euros, e destacam o facto da alienação poder permitir á empresa cristalizar o valor dos seus centros comerciais.

“Esta transacção está perfeitamente em linha com o ‘equity value’ do fundo”, refere o BPI, acrescentando que o investimento do Aberdeen, um dos maiores investidores mundiais no ramo imobiliário, deverá “ajudar a Sonae Sierra a cristalizar o valor dos seus centros comerciais”.

Além disso, o BPI salienta que permitirá à empresa, detida pela Sonae SGPS, “salientar a diferença entre os centros comerciais e outros activos imobiliários”, “diversificar a sua exposição de mercado que é ainda bastante exposta a Portugal” e representa “uma importante reserva de fundos que permitirá financiar o ambicioso plano de expansão”.

Com a venda destes 18% do Sierra Portugal Fund, a Sonae Sierra passa a deter apenas 42% do fundo, equivalente a um 'equity value' de 126 milhões de euros, já que em Março tinha sido alienado 40% a um grupo de investidores.

A equipa de “research” do BPI afirma ter ficado surpreendida com o facto da Sonae Sierra ter passado a controlar menos de 50% do fundo, “Não é normal na família Sonae”, refere o banco, com base no histórico da empresa, “sendo que isto pode dever-se ao desejo de fragmentar a exposição a nível mundial”.

O BPI manteve a recomendação de “comprar” para as acções da Sonae SGPS, com uma avaliação de 1,65 euros. Este “target” confere aos títulos da “holding” um potencial de subida de 130% face à cotação actual de 0,715 euros, da Sonae. Os títulos estão a ceder 4,67%.