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Um ano depois, preço continua a dominar OPA à PT

365 dias depois, Paulo Azevedo continua a afirmar que a OPA à PT vai ter sucesso. Em entrevista ao Jornal de Negócios, hoje publicada, o líder da Sonaecom rejeita qualquer forma de pessimismo e contraria aquilo que parece óbvio a todos. Chega a dizer que

06 de Fevereiro de 2007 às 09:26
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365 dias depois, Paulo Azevedo continua a afirmar que a OPA à PT vai ter sucesso. Em entrevista ao Jornal de Negócios, hoje publicada, o líder da Sonaecom rejeita qualquer forma de pessimismo e contraria aquilo que parece óbvio a todos. Chega a dizer que está mais confiante agora do que há um ano.

Em parte, percebe-se esta atitude. Há 52 semanas atrás, a OPA nascia e tinha pela frente uma enorme e imprevisível batalha em torno das questões que seriam levantadas pelos reguladores.

Mas superadas as ponderações da Anacom, da Autoridade da Concorrência, da CMVM e, naturalmente, a defesa da Portugal Telecom, Paulo Azevedo está confrontado agora com o mercado e com o mais simples mas também com o mais adverso dos problemas: o preço.

Para Paulo Azevedo, a OPA vai ter sucesso porque os actuais accionistas irão perceber que os 9,5 euros oferecidos por cada acção são justos e adequados. Do seu ponto de vista, não só vários analistas continuam a avaliar a PT nos nove euros como, daqui até ao fim, a Sonaecom diz ter suficiente tempo para convencer os accionistas de que o seu preço está adequado.

Quanto aos preços alvo definidos para a PT, a Sonaecom refere, naturalmente, aqueles que estão mais em linha com a sua proposta. Na próxima página estão listados os preços alvo que são conhecidos e nota-se que as casas de investimento que acompanhavam a PT em 2006, e mantêm as análises em 2007, em geral variaram pouco as recomendações.

Em média, os preços recomendados subiram de 9 euros para 9,8 euros. Se se considerar a pressão à venda, dir-se-á que a visão de Paulo Azevedo está correcta. Já para as casas de investimento que passaram a acompanhar a PT numa fase pós lançamento da OPA, as recomendações são claramente acima do preço oferecido.

Mas entre o racional das análises e o que se está a passar no mercado vai uma diferença desconfortável para Paulo Azevedo. As transacções acima dos 10 euros continuam a ser a nota dominante sobretudo porque são acompanhadas por elevados volumes.

Assim, a resistência do preço de mercado ao passar do tempo joga a desfavor da Sonaecom e o tempo que sobra a Paulo Azevedo resume-se às próximas três semanas.

Três semanas especiais. Porque a PT ainda vai jogar a cartada dos resultados de 2006 que prometem colocar toda a gente a fazer contas sobre as vantagens e as desvantagens de conservar as acções.

Além disso, a PT, como lhe competia, iniciará o seu "road show" internacional depois da divulgação dos resultados e, mais importante, depois de a Sonaecom ter realizado o seu périplo. Neste domínio, a experiência de Zeinal Bava pode valer como factor de desequilíbrio. Na realidade, a assembleia geral da PT que deliberará sobre a desblindagem ou não dos estatutos poderá ser decidida pelos investidores internacionais.

Pequenos e grandes estão agora também apoiados pela clara posição definida na semana passada por Ricardo Salgado. O BES só votará favoravelmente a desblindagem dos estatutos caso a Sonaecom reveja em alta a sua oferta. E mesmo perante novo preço, o BES terá de ponderar muito bem.

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