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Turismo compensou quebra de transferências de Angola nas contas da Unicâmbio

A agência de câmbios fechou 2016 com uma subida de 10% do volume de negócios. Em 2017 vai adicionar 6 moedas ao portfólio e levantar voo para outros mercados. Reino Unido, Alemanha, França, Espanha e Suíça estão na mira.

Bruno Simão
07 de Fevereiro de 2017 às 14:33
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O crescimento do turismo em território nacional tem ajudado as contas da Unicâmbio, a agência de câmbios líder de mercado. No ano passado, a empresa portuguesa registou um volume de negócios de 11,5 milhões de euros, um crescimento de 10% face a 2015, e que resultou em lucros de um milhão de euros.

Os dados foram divulgados pelo administrador da Unicâmbio, Paulo Jerónimo, durante um encontro com jornalistas que decorreu esta terça-feira, 7 de Fevereiro.

O gestor confessou que os mercados de "Angola e Brasil tiveram reflexos na nossa actividade. Só as transacções relacionadas com Angola tiveram uma quebra de cerca de 50%", adiantou.

Paulo Jerónimo admitiu ainda que esta situação teve impacto no volume de negócios da empresa. "Se não fosse o turismo, a actividade tinha-se ressentido", apontou.

O franco suíço "também tem atenuado a quebra do dólar, que mesmo assim continua a ser a principal moeda transaccionada". A libra, o real e o euro concluem o TOP5 das divisas mais transaccionadas pela Unicâmbio.

Questionado sobre o impacto do Brexit nas operações da empresa, que tem 73 balcões espalhados por todo o país, o administrador comentou que "por enquanto não se reflectiu, mas não sabemos qual é o efeito a médio prazo da libra".

O responsável relembrou que durante anos a actividade de câmbios e transferências em Portugal foi dominada pelo envio de remessas de emigrantes, nomeadamente para o Brasil e Ucrânia. Depois, "houve uma altura que éramos um país que enviávamos mais do que pagávamos. Agora, a actividade está muito equilibrada". Fruto, mais uma vez, do "boom" que o sector do turismo tem registado.

Por esses motivos, Paulo Jerónimo confessa que "o aeroporto para nós é fundamental", alertou, referindo-se aeroporto para as low cost no Montijo. "As [companhias aéreas] low cost estão a trazer muitos turistas para Portugal", sublinhou, destacando ainda o contributo da Emirates neste campo também.

Actualmente a Unicâmbio trabalha com 50 divisas. E este ano vai acrescentar ao seu portfólio seis novas moedas: peso colombiano, dólar da Namíbia, riel cambojano, peso argentino, peso chileno, equador, panamá.

Além disso, depois de ter aberto seis novas lojas no ano passado, que levaram ao reforço da equipa com a contratação de 26 pessoas, este ano quer começar o caminho da internacionalização.

"O nosso espaço de crescimento em Portugal está esgotado, temos que partir para outros voos", disse o administrador da empresa, que no total emprega 210 pessoas.

Além da unidade que detêm em Angola, através da sua participada Unitransfer e que abriu portas ao público em Outubro de 2016, o objectivo passa por apostar em países com "uma forte diáspora de portugueses".

Neste sentindo, a Alemanha, Suíça, Reino Unido, Espanha e França estão na "short list" dos países em estudo para a internacionalização da Unicâmbio.

Além de Angola, a Guiné-Bissau e Cabo Verde são outros dos países da Lusofonia que estão a ser analisados pela empresa. O processo de expansão para estes países será "determinado " pela "situação em Angola", referiu. "Esperamos que no futuro a economia angolana se venha a afirmar", acrescentou.

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