Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Trabalhadores da RTP classificam entrevista do presidente como "terrorismo"

O porta-voz da comissão de trabalhadores da RTP considerou hoje a entrevista dada na quarta-feira pelo presidente da empresa como "uma atitude de terrorismo empresarial" e exigiu conhecer o projecto pensado para a reestruturação da estação pública.

Governo assume que auditorias à RTP cumprem prazo de Bruxelas
31 de Janeiro de 2013 às 10:40
  • ...

"A entrevista pareceu-me mais uma atitude de terrorismo empresarial em que se agita o medo e o espectro do despedimento colectivo para assustar os trabalhadores da RTP e inquietar o seu público", afirmou à Lusa Camilo Azevedo.

 

O presidente da RTP, Alberto da Ponte, disse na quarta-feira à estação pública que o grupo terá uma grande "disciplina de custos" no novo programa de reestruturação e admitiu que a empresa "pode estar sobredimensionada" no número de trabalhadores.

Segundo Alberto da Ponte, a existência de mais de dois mil trabalhadores numa empresa "que se pretende enxuta", não é "sustentável no futuro".

 

Esta posição é questionada pelo porta-voz da comissão de trabalhadores, já que não se conhece o projecto para o futuro da RTP.

 

"Nós não conhecemos o projecto, não nos são dadas informações, por isso [dizer que a empresa está sobredimensionada] é uma opinião", referiu.

 

"Esta administração, como a anterior, desde Maio do ano passado que não informa a comissão de trabalhadores e, por isso, não é possível à CT exercer o seu direito de participação no processo de reestruturação", lamentou Camilo Azevedo, lembrando que o órgão de representação interpôs uma acção para impugnar a decisão de reestruturar a RTP.

 

"Em relação à RTP, tanto de rádio como de televisão, nós não aguentamos. Os trabalhadores há um ano que passam de crise em crise e não há trabalho ético e digno neste momento na televisão, que é explicar o que é que se quer, como é que se quer e quando é que se quer. Passamos de um cenário a outro como quem muda de roupa. Não pode ser", afirmou.

 

Para o responsável dos trabalhadores, a administração da estação pública está a enveredar por caminhos errados, dando o exemplo do endividamento que pretende fazer.

 

"Durante 10 anos, as receitas de publicidade serviram para pagar o endividamento anterior e, agora que as contas estavam saldadas, vamos endividar-nos novamente e endividar os portugueses?", questionou Camilo Azevedo, referindo-se ao facto de a reestruturação da empresa dever ser paga com emissão de dívida de 42 milhões de euros junto da banca comercial.

 

 

Ver comentários
Saber mais Trabalhadores da RTP entrevista Alberto da Ponte terrorismo
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio