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Teodora Cardoso e Raquel Oliveira ganham Prémio Dona Antónia
Teodora Cardoso, presidente do Conselho das Finanças Públicas, e Raquel Oliveira, investigadora do Instituto Gulbenkian de Ciência, ganharam a 28.ª edição do Prémio Dona Antónia Adelaide Ferreira, galardão que distingue mulheres portuguesas com alma de “Ferreirinha”.
O Prémio Dona Antónia Adelaide Ferreira 2015, que todos os anos é entregue pela empresa que herdou o seu nome (incorporada no grupo Sogrape), vai ser atribuído à economista Teodora Cardoso (na foto) e à investigadora Raquel Oliveira, numa cerimónia com início marcado para as 18 horas desta segunda-feira, 4 de Julho, nas Caves Ferreira, em Vila Nova de Gaia.
O galardão visa distinguir duas mulheres portuguesas "cujos valores pessoais e profissionais se identificam com o perfil da vida e obra de Dona Antónia Adelaide Ferreira, personalidade carismática e fundamental no desenvolvimento da marca Porto Ferreira – a única das grandes casas de Vinho do Porto que se manteve em mãos portuguesas desde que foi fundada, em 1751, pelos Ferreiras da Régua".
Pelo terceiro ano consecutivo, os promotores deste prémio, a Sogrape Vinhos e os herdeiros de Dona Antónia, decidiram atribuir dois prémios – o de Consagração de Carreira, concedido a Teodora Cardoso, visa constituir "uma homenagem a uma obra realizada e merecedora de inequívoco reconhecimento público"; e o Prémio Revelação, entregue a Raquel Oliveira, pretende "servir de estímulo a uma carreira com relevância nacional em fase de lançamento ou de desenvolvimento".
Teodora Cardoso, actual presidente do Conselho Superior do Conselho das Finanças Públicas, "tem uma longa e prestigiada carreira" na área das finanças públicas, nomeadamente ao serviço do Banco de Portugal, instituição de que foi administradora, tendo iniciado o seu percurso como investigadora do Centro de Economia e Finanças da Fundação Gulbenkian, após a licenciatura pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (ISCEF), actual Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).
Entre outros cargos, Teodora Cardoso foi também docente no Instituto Superior de Economia da Universidade Técnica de Lisboa e representou Portugal em diversas instituições internacionais no âmbito da União Europeia, do FMI ou do Banco Mundial.
Raquel Oliveira, que ganhou o Prémio Revelação, fundou em 2012 o seu laboratório – "Dinâmica dos Cromossomas" – no Instituto Gulbenkian de Ciência e foi recentemente galardoada com o Prémio de Instalação da European Molecular Biology Organization (EMBO), tendo também recebido uma prestigiante "Starting Grant" concedida pelo European Reserch Council (ERC).
Natural do Porto, Raquel Oliveira licenciou-se em 2002 em Bioquímica pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, tendo sido aluna da primeira edição do Programa Doutoral em Biologia Experimental e Biomedicina do Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra.
Doutorada pelo Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto e pela Universidade de Bayreuth na Alemanha, Raquel Oliveira rumou depois, em 2007, para o Reino Unido, onde realizou o seu trabalho de pós-doutoramento no Departamento de Bioquímica da Universidade de Oxford na área da regulação do ciclo celular.
Cinco mil euros para a Revelação e um donativo para a Associação Viver a Ciência
Por ter ganho o Prémio Dona Antónia, Raquel Oliveira vai receber cinco mil euros em dinheiro e ainda ver atribuído um donativo a um projecto com que se identifique – no caso, a Associação Viver a Ciência irá beneficiar de 50 cêntimos por cada garrafa vendida em Portugal da gama Reserva Dona Antónia de Porto Ferreira, nos meses de Agosto e Setembro de 2016, "ajudando assim esta instituição a atingir os seus objectivos".
Criados em 1988, os Prémios Dona Antónia já distinguiram, entre outras, Maria Barroso, Leonor Beleza, Vera Nobre da Costa, Isabel Jonet e Joana Carneiro – figuras femininas que, de acordo com os promotores do galardão, encarnam o espírito da iniciativa de distinguir mulheres portuguesas que, "devido às suas características humanas e capacidades de empreendedorismo, tenham replicado de alguma forma o excepcional exemplo de Dona Antónia nos tempos de hoje, nomeadamente através do contributo para o desenvolvimento económico, social e cultural do país".
Herdeira de uma família abastada do Douro que assumiu a liderança dos negócios familiares no cultivo da vinha e na produção de vinha do Porto, após ter ficado viúva aos 33 anos, Dona Antónia Adelaide Ferreira, que faleceu em 1896, ficou historicamente conhecida como a "Ferreirinha".