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Telecontagem pode custar 1,3 mil milhões a Portugal

A substituição dos tradicionais contadores de electricidade  por equipamentos de telecontagem poderá vir a ter um custo próximo dos 230 euros por unidade,  o que pressupõe um investimento de 1,3 mil milhões de euros, de acordo com administrador

22 de Outubro de 2007 às 19:16
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A substituição dos tradicionais contadores de electricidade  por equipamentos de telecontagem poderá vir a ter um custo próximo dos 230 euros por unidade,  o que pressupõe um investimento de 1,3 mil milhões de euros, de acordo com administrador da EDP, António Pita de Abreu.             

Este valor global contrasta com o custo estimado pelo mercado, e reconhecido pela ERSE, de um valor na ordem dos 600 milhões de euros. Num documento colocado em consulta pública na semana passada, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos aponta para um custo entre os 547 e os 996 milhões de euros.            

"O investimento geralmente apontado de 600 milhões de euros é um número  optimista", afirmou Pita de Abreu durante a apresentação do projecto  da EDP, InovGrid, que além da telecontagem apresenta também novas funcionalidades  em termos da telegestão.             

O gestor deu alguns exemplos para justificar os números. "Na Califórnia, num mercado semelhante ao português, com cinco milhões de  clientes, o preço do contador foi da ordem dos 230 euros, o que implicou  um investimento de 1,3 mil milhões de euros".

Já no Canadá, "para quatro milhões de contadores, foram investidos 2 mil milhões  de euros", segundo o administrador da EDP.            

O plano de Compatibilização Regulatória acordado entre os governos de  Portugal e Espanha prevê a apresentação até ao final deste mês de um plano  e um calendário harmonizado para a substituição de todos os contadores de  energia eléctrica por outros que permitam a telecontagem.            

Depois do período da consulta pública, agora em curso, a ERSE vai apresentar ao Governo  uma proposta sobre funcionalidades mínimas dos novos contadores e o seu  calendário de substituição, assim como a forma de financiamento da substituição do parque de contadores em Portugal.

Em Espanha, o governo já aprovou as características para os novos contadores,  mas o decreto real é omisso relativamente a quem suportará esses custos.            

O Executivo de José Luís Zapatero já advertiu, porém, as empresas de electricidade  de que não vai suportar o investimento estimado em mais de 4.000 milhões  de euros, nem reflectir os custos nas tarifas.            

Quem será a entidade responsável pela mudança de comercializador e pela gestão dos  contadores é outra questão ainda em aberto.             O acordo assinado entre Portugal e Espanha, em Março, prevê que os novos  operadores de mudança de comercializador a criar em ambos os países deverão  sejam independentes, com uma participação cruzada de pelo menos  10% e a supervisão do Conselho de Reguladores do MIBEL.            

O administrador da EDP hoje recusou, todavia, a ideia de que a empresa, ao avançar  com o projecto InovGrid, que vai implementar redes de distribuição de electricidade  inteligentes e uma Energy Box, com capacidade para telecontagem, se queira  constituir como operador logístico de mudança de comercializador.             

Pita de Abreu diz que quando forem definidas as especificações  para os contadores com telecontagem, existirão vários fornecedores no mercado e que "os telecontadores têm de ser [propriedade] dos comercializadores".             

O empresário Pedro Sampaio Nunes em consórcio com a ISA-Instrumentação  e Sistemas de Automação, a SIBS- Sistema Interbancário de Serviços e a LMSA-Engenharia  de Edifícios já tinha avançado com um projecto piloto do Sistema Universal  Independente de Telecontagem (SUIT).           

O SUIT, cujo objectivo é fazer a interface entre o fornecedor de electricidade,  gás ou água, e o consumidor, pretende constituir-se como o operador logístico  de mudança do comercializador, cuja missão é gerir a mudança de comercializador,  no âmbito da liberalização do mercado, e gerir os contadores. Pedro Sampaio Nunes assegurou em entrevista à Lusa que o consórcio está  em condições de substituir os 6 milhões de contadores existentes no país,  num prazo de 4 anos, e a um preço mais baixo do que o cobrado actualmente  pela EDP e pela Galp.  

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