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Standard & Poor’s baixa rating da TAP
A S&P seguiu a Moody’s e desceu o rating da TAP e da emissão de obrigações da companhia devido aos efeitos que o surto do novo coronavírus está a ter no transporte aéreo. E alerta para o risco de liquidez, considerando que a companhia está dependente do apoio financeiro "oportuno e suficiente" do Governo.
A agência de notação financeira Standard & Poor's baixou o "rating" da TAP para B, colocando a perspetiva em negativa, avançou a companhia aérea em comunicado à CMVM.
A mesma classificação foi dada, ao mesmo tempo, às obrigações "senior unsecured" no montante de 375 milhões de euros com maturidade em 2024, emitidas em novembro do ano passado, altura em que havia atribuído um "rating" a essa emissão de obrigações de BB-.
"Esta revisão de 'rating' insere-se num contexto sem precedentes de imposição de restrições governamentais à mobilidade das populações e rápida deterioração da conjuntura económica a nível mundial, em resultado da pandemia do vírus covid-19, que afeta de forma particular todo o setor do transporte aéreo", afirma a companhia aérea na mesma nota.
A S&P, que esta sexta-feira desceu o rating a mais oito companhias aéreas, diz relativamente à TAP prever que os fluxos de caixa operacionais sejam negativos este ano, mesmo considerando um corte substancial no investimento em novos aviões. "Isto é agravado por uma deterioração significativa no EBITDA e no fundo de maneio devido à redução das reservas e reembolsos aos clientes", aponta
A agência salienta que os contragimentos na geração de caixa resultarão num défice de liquidez no grupo, situação que "torna a TAP dependente do Governo fornecer apoio financeiro oportuno e suficiente".
Na quinta-feira a agência de rating Moody's tinha já anunciado a revisão em baixa da notação atribuída à TAP, afirmando acreditar que a companhia necessitará de uma injeção de capital no segundo trimestre deste ano.
A agência diz que haverá "uma redução de cerca de 50-60% no tráfego de passageiros da TAP no segundo trimestre e uma queda de 20% no ano todo".
O setor do transporte aéreo tem sido dos mais afetados pelo atual surto do novo coronavírus, tendo já várias companhias suspendido a maioria, ou mesmo a totalidade dos voos, reclamando ajudas estatais ao setor.