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Sonae vende Gescartão aos espanhóis da Europac por 98 milhões (act2)

A Sonae SGPS chegou a acordo com a Europac para alienar a sua posição total no capital da Gescartão à companhia espanhola, a 13,57 euros por cada acção. Com este negócio a companhia de Belmiro de Azevedo vai fazer um encaixe de 97,9 milhões de euros.

14 de Fevereiro de 2005 às 00:47
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(actualiza com comunicado da Europac)

A Sonae SGPS chegou a acordo com a Europac para alienar a sua posição total no capital da Gescartão à companhia espanhola, a 13,57 euros por cada acção. Com este negócio a companhia de Belmiro de Azevedo vai fazer um encaixe de 97,9 milhões de euros.

A Sonae SGPS chegou a acordo com a Europac para alienar metade da Imocapital – empresa que controla 65% da Gescartão - à companhia espanhola, bem como os 3,58% que controla de forma directa no capital da Gescartão. Com este negócio a companhia de Belmiro de Azevedo vai fazer um encaixe de 97,9 milhões de euros.

Num comunicado a Sonae SGPS diz que este negócio só será concretizado após o parecer da Autoridade para a Concorrência e se este for favorável.

A Gescartão [GCT] é controlada em 65% pela Imocapital, uma empresa que é detida em partes iguais pela Sonae e pela Europac. Para além da posição indirecta de 32,5%, a Sonae detém uma posição indirecta de 3,58% no capital da Gescartão, que também acordou vender à Europac.

A empresa espanhola, com a aquisição destes 36,08% detidos pela Sonae SGPS [son], passará a controlar cerca de 74,78% da Gescartão, já que também detém uma participação directa no capital da empresa, segundo um, comunicado da Europac enviado pela Gescartão à CMVM.

Este negócio era já aguardado pelo mercado, sobretudo depois de a CMVM ter entendido que uma eventual compra da Europac da posição que a Sonae na Gescartão não obrigaria ao lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA).

A Europac e Sonae pediram que o regulador analisasse sobre a eventual necessidade de OPA, tendo por base o artigo 20º do Código dos Valores Mobiliários, que se refere à imputabilidade de direitos de voto. A decisão do parecer baseia-se no facto de, a ambas as empresas, ser imputada a totalidade dos direitos detidos pela «joint-venture» por elas constituída, a Imocapital.

Negócio feito a 13,57 euros por acção; Prémio de 30%

A Sonae diz que com este negócio gerará um encaixe de 97,9 milhões de euros, mas não diz o preço a que as acções foram alienadas. No seu comunicado a Europac diz que o preço por acção no âmbito deste negócio foi e 13,57 euros, avaliando a totalidade da Gscartão em 271,36 milhões de euros.

A empresa espanhola diz que esta aquisição vai ser financiada por um empréstimo, mas lembra que tem previsto para este ano um aumento de capital, que «permitirá manter uma estrutura financeira sólida».

O Caixa Banco de Investimento foi uma das instituções financiadoras da Europac para realizar esta operação.

A imprensa tinha noticiado que Belmiro de Azevedo queria vender as acções a 14 euros cada uma. Os 13,5 euros representam um prémio de cerca de 30% face à cotação actual da Gescartão, que hoje fechou a descer 0,74% para os 10,78 euros.

Apesar de a CMVM dispensar o lançamento de uma OPA, os investidores e analistas acreditam que a Europac, no futuro, poderá querer retirar a empresa de bolsa, tendo para isso de lançar uma oferta.

Para além do encaixe, a Sonae SGPS diz que o negócio terá um impacto positivo de 34 milhões de euros nos lucros no sistema de contabilidade actual, ou 39 milhões de euros tendo em conta o IAS.

Estado vendeu acções a 6,5 euros em 2003

Foi ainda acordada pelas partes a partilha dos interesses económicos decorrentes da acção judicial em curso relativa ao pedido de indemnização por violação do direito potestativo de aquisição de acções representativas de 25% do capital social da Gescartão na segunda fase de reprivatização desta empresa.

A Sonae tinha pedido uma indemnização ao Estado português, no âmbito da privatização da Gescartão. Na OPV da empesa, em Julho de 2003, as acções foram vendidas ao público a 6,5 euros cada uma, menos de metade do preço a que a Sonae acordou hoje alienar as acções.

Foi também acordado o estabelecimento de uma parceria entre a Sonae (49%) e a Gescartão (51%) na sociedade Investalentejo, SGPS, S.A., a qual tem em desenvolvimento e em carteira investimentos em montante superior a 40 milhões de euros. Sobre o capital desta sociedade existirão opções de cujo exercício resultará o seu controlo integral pela Sonae.

As acções da Gescartão fecharam sexta-feira a descer 0,74% para os 10,78 euros. Este ano sobem 1,7%.

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