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Sonae Capital com prejuízos de 16,4 milhões tenta matar a pandemia com energia

O impacto da covid-19 continua a fazer bastante mossa nas contas da empresa da família Azevedo, que está bastante exposta aos efeitos económicos da pandemia, mas cujas vendas até setembro deste ano aumentaram 33% para 203 milhões de euros devido ao seu negócio energético.

“Boom” do turismo anima Sonae Capital
Miguel Gil Mata, CEO da Sonae Capital.
05 de Novembro de 2020 às 21:53
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"A Sonae Capital encerrou o terceiro trimestre do ano num contexto muito desafiante, em especial nos segmentos de fitness, hotelaria e engenharia Industrial, bastante expostos ao impacto da pandemia", começa por admitir Manuel Gil Mata, CEO da empresa, esta quinta-feira, 5 de novembro, na mensagem de abertura do comunicado de contas enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

Resultado: a Sonae Capital fechou os primeiros nove meses deste ano com prejuízos de 16,4 milhões de euros, o que contrasta com lucros de 3,7 milhões no mesmo período do ano passado - uma performance determinada "pelo impacto da pandemia covid-19 na generalidade dos negócios", explica a empresa agora controlada em 92,3% do capital pela Efanor, "holding" da família Azevedo, após conclusão da recente Oferta Pública de Aquisição (OPA).

Em termos operacionais, a Sonae Capital teve um desempenho bastante positivo até setembro, com o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) das unidades de negócio a crescerem 45% para 16 milhões de euros face a um ano antes.

 

Esta forte melhoria da rentabilidade operacional traduziu-se num EBITDA consolidado de 13,8 milhões de euros, mais 57% do que no mesmo período do ano passado. Valores "sustentados pelas várias ações de otimização levadas a cabo pelas operações no sentido de mitigar, na medida do possível, o impacto da pandemia nas principais linhas de custos operacionais", sustenta a Sonae Capital.

Com o negócio de fitness em baixa (os 36 ginásios faturaram 19 milhões de euros, uma redução homóloga de 39%), assim como o de hotelaria (vendas de 9,8 milhões de euros, 58% abaixo face ao registado há um ano) e o de engenharia industrial (a Adira faturou 5,3 milhões de euros, menos 14,4%), é com o novo negócio energético que a Sonae Capital está a injetar alento na sua atividade nestes tempos de crise pandémica. 

 

"O segmento de energia, o mais resiliente do nosso portefólio, tem continuado a dar passos firmes na execução do seu plano de crescimento, com a operação de Mangualde agora em velocidade de cruzeiro e a concretização, já em Outubro, de uma importante aquisição no setor de cogeração em Espanha", enfatiza o CEO da Sonae Capital.

O volume de negócios da empresa ascendeu a 202,9 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, mais 32,6% do que um ano antes, com a faturação das unidades de negócio a situar-se em 193,7 milhões de euros, mais 42,3 milhões do que no mesmo período do ano passado.

 

Este desempenho "deve-se unicamente ao contributo do negócio de ‘trading’ e comercialização, no segmento de energia", que consolida de agosto do ano passado, quando adquiriu a espanhola Futura Energía Inversiones.

 

Este segmento registou um volume de negócios de 150,6 milhões de euros até setembro, o que revela um crescimento homólogo "expressivo". Um negócio que, em todo o ano de 2018, contribuiu apenas com 55 milhões de euros para o volume de vendas da Sonae Capital.

De registar que, em outubro passado, a empresa anunciou a aquisição de seis centrais de cogeração em Espanha, com uma potência de 88 MW, por cerca de 75 milhões de euros.

 

Já no Tróia Resort o volume de negócios totalizou 9,2 milhões de euros, 18,4% abaixo do período homólogo de 2019, enquanto a unidade de ativos imobiliários totalizou 16 milhões de euros, menos 36% do que um ano antes.

 

Entretanto, esta segunda-feira, 2 de Novembro, a Sonae Capital informou que, através da sua participada Bloco Q, Sociedade Imobiliária, chegou a acordo com o Fundo de Investimento Imobiliário Aberto Imofomento relativamente aos termos e condições para proceder à alienação, pelo valor de 20,65 milhões de euros, do ativo imobiliário no qual opera a unidade hoteleira Aqualuz – Suite Hotel Apartamentos, em Lagos.

 

"A escritura de compra e venda será efetuada previsivelmente durante o ano de 2020", adianta a empresa.

 

Nota final para a solidez financeira da empresa: "No final de Setembro, a Sonae Capital dispunha de liquidez e linhas de crédito no montante de 81,2 milhões de euros, o que permite encarar os tempos de incerteza que prevalecem com confiança", afiança o grupo da família Azevedo.

 

A fechar a sua mensagem ao mercado, o CEO da Sonae Capital enfatiza os resultados da OPA lançada sobre a empresa, com a "holding" a controlar agora 82,3% do capital da sociedade, "num movimento que não pode deixar de ser interpretado como um redobrado interesse e confiança na empresa e nas suas equipas, por parte da entidade que é, e foi desde sempre, o nosso acionista de referência", conclui Miguel Gil Mata.

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