Notícia
Soares dos Santos admite regresso da Jerónimo Martins ao Brasil
O patrão da Jerónimo Martins considera que os portugueses estão adormecidos para o fenómeno da globalização e que tanto a internacionalização, como a exportação, não podem ser tratadas com a leveza e leviandade com que são tratadas em Portugal .
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A empresa apostou no Brasil mas, ao contrário do que sucedeu na Polónia, acabou por recuar. Neste sentido, Soares dos Santos admitiu: “Quando tivemos que sair do Brasil, única e simplesmente, não foi por erros do Brasil, foi por erros cometidos pela ‘holding’ em Portugal”. “A companhia no Brasil estava a funcionar bem, a ‘holding’ é que não tinha dinheiro para emprestar”, acrescenta.
"Portugueses não estão a perceber o fenómeno da globalização"
Para Alexandre Soares dos Santos, os “portugueses continuam adormecidos e não estão a perceber o fenómeno da globalização”.
No seu discurso, o responsável apontou que “todas aquelas companhias que” querem operar apenas em Portugal “estão condenadas”.
Apesar de defender que as empresas devem procurar abrir horizontes e não se ficarem pelo mercado domestico, Soares dos Santos recorda as dificuldades que o grupo que lidera enfrentou quando apostou na internacionalização. “Sofremos muito (…) porque não tínhamos massa crítica” para isso, assumiu.
Neste sentido, o responsável sublinha que “a internacionalização” assim como a exportação “não podem ser tratadas com a leveza e a leviandade com que são tratadas em Portugal”.
E deixa o alerta: “Quando se vai para o estrangeiro (…) é preciso ter um balanço financeiro muito forte. E quem não tiver um balanço financeiro muito forte e não esteja disposto a perder dinheiro durante oito a dez anos, não vale a pena começar”.
Ainda assim, o homem forte da Jerónimo Martins garantiu que apostar lá fora “compensa” e recorda que “dos resultados da Jerónimo Martins, hoje, 70% vêm do estrangeiro”. Salvaguardando, contudo, que as empresas têm de saber com que desafios se vão defrontar.