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Soares dos Santos admite regresso da Jerónimo Martins ao Brasil

O patrão da Jerónimo Martins considera que os portugueses estão adormecidos para o fenómeno da globalização e que tanto a internacionalização, como a exportação, não podem ser tratadas com a leveza e leviandade com que são tratadas em Portugal .

18 de Janeiro de 2012 às 00:42
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A aposta da Jerónimo Martins na Polónia pode ser vista como um caso de sucesso na internacionalização. Mas Alexandre Soares dos Santos, "chairman da empresa", acredita que é preciso aprender com o passado. O Brasil é um exemplo dos erros que foram cometidos pela sua retalhista.

A empresa apostou no Brasil mas, ao contrário do que sucedeu na Polónia, acabou por recuar. Neste sentido, Soares dos Santos admitiu: “Quando tivemos que sair do Brasil, única e simplesmente, não foi por erros do Brasil, foi por erros cometidos pela ‘holding’ em Portugal”. “A companhia no Brasil estava a funcionar bem, a ‘holding’ é que não tinha dinheiro para emprestar”, acrescenta.

“Hoje penso que se tivesse ficado no Brasil não era nem primeiro no Brasil nem primeiro na Polónia” frisou Soares dos Santos no seu discurso após ter recebido das mãos de Francisco Pinto Balsemão a distinção “Excelência na liderança” – um prémio atribuído pela Exame. “Somos hoje os primeiros na Polónia e havemos de chegar ao Brasil com tempo”.

"Portugueses não estão a perceber o fenómeno da globalização"

Para Alexandre Soares dos Santos, os “portugueses continuam adormecidos e não estão a perceber o fenómeno da globalização”.

No seu discurso, o responsável apontou que “todas aquelas companhias que” querem operar apenas em Portugal “estão condenadas”.

Apesar de defender que as empresas devem procurar abrir horizontes e não se ficarem pelo mercado domestico, Soares dos Santos recorda as dificuldades que o grupo que lidera enfrentou quando apostou na internacionalização. “Sofremos muito (…) porque não tínhamos massa crítica” para isso, assumiu.

Neste sentido, o responsável sublinha que “a internacionalização” assim como a exportação “não podem ser tratadas com a leveza e a leviandade com que são tratadas em Portugal”.

E deixa o alerta: “Quando se vai para o estrangeiro (…) é preciso ter um balanço financeiro muito forte. E quem não tiver um balanço financeiro muito forte e não esteja disposto a perder dinheiro durante oito a dez anos, não vale a pena começar”.

Ainda assim, o homem forte da Jerónimo Martins garantiu que apostar lá fora “compensa” e recorda que “dos resultados da Jerónimo Martins, hoje, 70% vêm do estrangeiro”. Salvaguardando, contudo, que as empresas têm de saber com que desafios se vão defrontar.

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